Um dia de feriado
Tão nublado para mim
Mesmo com o Sol ao meu lado
Está azul acinzentado
Dentro do meu coração
Cor de cimento
Que fecha as janelas
Impedindo o ar de passar
Cor de parafusos
Que aprisionam a mente
Condicionando o corpo
A também ficar doente
Nada sai do lugar
Qualquer canto vira sombra
Nem mesmo o calor
Descongela o que paralisou
Setembro chega timidamente
A primeira flor ainda não brotou
Botões não deixam de ser sementes
Se tudo se limitar
Ao que habita entre as paredes
De um coração
Que guarda apenas tristezas
Trancafiadas, inflamadas, transformadas
Em paisagens de quadros
Que não se movem
Se ninguém retirar
Até que despreguem as janelas
Arrebentem os portais
Todas as flores se escondem
Por de trás dos cristais
Compostos por lágrimas
De medo e falha
Que como navalhas
Riscam tantos dias
Sangrando sem parar
Há tanto eu sei
Meu peito ensaia
Para que eu saia
E sinta nascer
Além da dor
Que quase cega
Ao afrontar a luz solar
O prazer de ter
A brisa da manhã
Pra me acordar
Até que despreguem as janelas
Arrebentem os portais
Todas as flores se escondem
Por de trás dos cristais
Compostos por lágrimas
De medo e falha
Que como navalhas
Riscam tantos dias
Sangrando sem parar
Até que despreguem as janelas
Arrebentem os portais
Todas as flores se escondem
Por de trás dos cristais
By: Lulu
07.09.11
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