quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Música: Redoma (07.09.11)

Um dia de feriado
Tão nublado para mim
Mesmo com o Sol ao meu lado
Está azul acinzentado
Dentro do meu coração

Cor de cimento
Que fecha as janelas
Impedindo o ar de passar

Cor de parafusos
Que aprisionam a mente
Condicionando o corpo
A também ficar doente

Nada sai do lugar
Qualquer canto vira sombra
Nem mesmo o calor
Descongela o que paralisou

Setembro chega timidamente
A primeira flor ainda não brotou
Botões não deixam de ser sementes
Se tudo se limitar
Ao que habita entre as paredes
De um coração

Que guarda apenas tristezas
Trancafiadas, inflamadas, transformadas
Em paisagens de quadros
Que não se movem
Se ninguém retirar

Até que despreguem as janelas
Arrebentem os portais
Todas as flores se escondem
Por de trás dos cristais

Compostos por lágrimas
De medo e falha
Que como navalhas
Riscam tantos dias
Sangrando sem parar

Há tanto eu sei
Meu peito ensaia
Para que eu saia
E sinta nascer

Além da dor
Que quase cega
Ao afrontar a luz solar
O prazer de ter
A brisa da manhã
Pra me acordar

Até que despreguem as janelas
Arrebentem os portais
Todas as flores se escondem
Por de trás dos cristais

Compostos por lágrimas
De medo e falha
Que como navalhas
Riscam tantos dias
Sangrando sem parar

Até que despreguem as janelas
Arrebentem os portais
Todas as flores se escondem
Por de trás dos cristais

By: Lulu
07.09.11

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