sexta-feira, 27 de abril de 2012

Música: A última página (27.04.12)

Ninguém sai vivo daqui
Não precisa se iludir
Viver além do que suportar
Ainda é a saída

Não preciso te lembrar
É a sua única vida
Cada vez que desmontar
Reergue o corpo do chão
E mesmo se rastejar
Não deixe de tentar
Pular, saltar no refrão

Perdidas as forças
De um passado
Marcas na porta
A tentação

Hoje no frio, desolado
Persiste o meu coração
Vocal contido, calado
Anestesiada toda a intenção

Pé na parede
Com tudo
Estourando o muro
Que cela a contradição

Absolutismo barato
Enterra almas sem perdão
Aberto o jogo de mentiras
Encuba desmotivação

Socialmente inaltecido
Congela em perturbação
Inaceitável, ofendido
Orgulhosa excesão

Eu sou o grito vivo
A cor dos olhos
Refletida em canção

Nada vai me contér
Vou buscar o sol
Antes mesmo de amanhecer

E quando a chuva se for
Arrastada pelo vento
A violência vai urrar
Uma saudade que sangra
Uma vontade que atormenta
E desespera até a realização

Estraçalhada a alma
Em cinzas pouco a pouco
Se encontrando
Inteira outra vez

Ninguém sai vivo daqui
Não precisa se iludir
Viver além do que suportar
Ainda é a saída

Não preciso te lembrar
É a sua única vida
Cada vez que desmontar
Reergue o corpo do chão
E mesmo se rastejar
Não deixe de tentar
Pular, saltar no refrão

Ninguém sai vivo daqui
Não precisa se iludir
Viver além do que suportar
Ainda é a saída

Não preciso te lembrar
É a sua única vida
Cada vez que desmontar
Reergue o corpo do chão
E mesmo se rastejar
Não deixe de tentar
Pular, saltar no refrão

By: Lulu
27.04.12

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Música: Final do mês (26.04.12)

Tanto tempo sem escrever
Sem olhar nos olhos
O que se pode dizer?

Tanto foi o que
Ficou para depois
Agora já não importa
Perdemos todas as respostas
E as perguntas já partiram
Junto daquele verão

Imagens desfeitas
Nas fotos escondidas
Feridas eternas
Faces constrangidas
E o final de tudo

O copo sob a mesa
Me revela a imensidão
Do tempo e das despedidas

O frio congela
O meu coração
Lembrando-me que ainda
Há vida aqui
Mesmo que eu não
Consiga mais sentir

Tanto tempo sem escrever
Sem olhar nos olhos
O que se pode dizer?

O mesmo vácuo
Inundado de gritos
Sem nenhum som
Que ecoaram desespero
E formaram a prisão
Por dentro de mim

Sem mais escapar
Fecho os olhos
Contando com a chance
De talvez reencontrar
O caminho de volta

Sozinha eu vou em frente
Antigamente eu já fazia
Quase igual

Incoerente essa saudade
Já passou da hora
De dar tchau

Tanto tempo sem escrever
Sem olhar nos olhos
O que se pode dizer?

Se o fim aconteceu assim
Limitando o que ficou
Guardado em mim
Pra sempre

A solução é do clarão
Fazer uma canção
Capaz de me guiar

Feliz a cada passo
Simplesmente por deixar
Tudo acabar

By: Lulu
26.04.12

terça-feira, 17 de abril de 2012

Música: Além do sustentável (17.04.12)

Sonhei com o inverno
E acordei sentindo o frio
Desse outono sem fim
Ainda é terça-feira e eu não sei
O que vai ser de mim

Daqui pra frente
É tudo ou nada
De repente é madrugada
Outra vez

Os pesadelos se congelam
Mesmo assim o tempo passa
Por mais que eu esconda
Meu peito sente
A força da desgraça

Toda a vez que amanhece
Eu me perco no escuro
E não sei mais voltar

Meus pés pesam
Junto com meu coração
Congelando todo gesto
Em busca de salvação

Pra onde eu vou agora?
Quem vai saber
Se não há força
Capaz de perceber

Ninguém pode ajudar
Se preocupam demais
Em condenar

Se o ar não circula
Tudo gira depressa
Vertinosagemente fatal

O dia termina
Eu sigo ansiando
A solução

Meus versos se perdem
Meus sonhos em névua
Viram meras ilusões
Ilustrações sinceras
Sem contar com previsões

Lentamente assassinada
Incondicionalmente levada
Me agarrando em tudo
O que ainda está em pé

Além da última viga de sustentação
Com toda a potência
Coração, mente e pulmão
Até onde não mais suportar
A pressão

Pra onde eu vou agora?
Quem vai saber
Se não há força
Capaz de perceber

Ninguém pode ajudar
Se preocupam demais
Em condenar

Lentamente assassinada
Incondicionalmente levada
Me agarrando em tudo
O que ainda está em pé

Além da última viga de sustentação
Com toda a potência
Coração, mente e pulmão
Até onde não mais suportar
A pressão

Daqui pra frente
É tudo ou nada
De repente é madrugada
Outra vez

By: Lulu
17.04.12

sábado, 14 de abril de 2012

Música: Mais três... (14.04.12)

Eu sei o quanto
Cada som valeu
Guardei cada frase
Meu coração percebeu
Que a ausência não importa
Quando se tem uma canção
Inteira feita de recordação

Não me importa mais
Se vejo você partir
Cruzar os braços e seguir
Olhar pra frente, mentir
Que nada aconteceu

Nossos pensamentos se perderam
Não é de hoje
E isso eu também sei

Há quem diga que é bobagem
Preservar o que valeu
Pra mim só falta coragem
A quem despreza o que viveu

Mais um ano
Só meu
Você não entendeu
Desapareceu
Mas nada levou

Sinto o sangue correr
Gargalho a irônia
Do que é viver
Contemplo a ousadia
Desse amanhecer sem Sol

Dessa ventania
Um tanto sombria
Que marca o dia
Que em mim nascia
Algo que nunca mais
Vai me abandonar

Pulsando dia a dia
Nos olhos que vêem
Você se afastar

Eu sei o quanto
Cada som valeu
Guardei cada frase
Meu coração percebeu
Que a ausência não importa
Quando se tem uma canção
Inteira feita de recordação

Não me importa mais
Se vejo você partir
Cruzar os braços e seguir
Olhar pra frente, mentir
Que nada aconteceu

Há quem diga que é bobagem
Preservar o que valeu
Pra mim só falta coragem
A quem despreza o que viveu

Mais um ano
Só meu
Você não entendeu
Desapareceu
Mas nada levou

Eu sei o quanto
Cada som valeu
Guardei cada frase
Meu coração percebeu
Que a ausência não importa
Quando se tem uma canção
Inteira feita de recordação

Não me importa mais
Se vejo você partir
Cruzar os braços e seguir
Olhar pra frente, mentir
Que nada aconteceu

Mais um ano
Assim continua a história
Quem não esqueceu
Participa pra sempre
De cada memória

By: Lulu
14.04.12

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Música: Movimentos do tempo (11.04.12)

É sempre assim
Depois que o calor
Se vai e sobra
Tempo pra pensar
Em tudo o que
Também desapareceu

Dessa vez o Verão
Se foi tão cedo
Mesmo sabendo
Que eu não me entreguei
O bastante pra dizer
Que algo faltou

É sempre assim
Quando as ondas
Se encontram em solidão

O mar agita
O céu se irrita
E os dias escurecem

Porque é assim
Que deve ser
Tudo outra vez

Cada Sol ao seu tempo
Invade madrugada a dentro
Minhas noites em claro
Meu sono sem descanso
Minhas memórias
E toda a minha aflição

É sempre assim
Depois que o calor
Se vai e sobra
Tempo pra pensar
Em tudo o que
Também desapareceu

Dessa vez o Verão
Se foi tão cedo
Mesmo sabendo
Que eu não me entreguei
O bastante pra dizer
Que algo faltou

By: Lulu
11.04.12

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Música: Regwos (09.04.12)

Mesmo no silêncio
Ainda posso te ouvir
Sua voz se sobressaí
Toda a vez que eu
Vou dormir

Tudo o que o passado
Nunca deixou de trazer
Lembranças densas
Impossíveis de esquecer

Quem sabe o tempo
Possa diluir a dor
Mudar a cor do dia
Transformar em valor
O frio que aumenta devagar
Passo a passo cada vez
Que eu sonhar

Eu não sabia
Que um dia chegaria
O momento em que eu diria
Não me importo mais

Parece uma longa mentira
Abrir os olhos
Sem ter nada p'ra enxergar
Não ver você partir
Muito menos voltar

Quem sabe o tempo
Possa diluir a dor
Mudar a cor do dia
Transformar em valor
O frio que aumenta devagar
Passo a passo cada vez
Que eu sonhar

Quem sabe o tempo
Possa me curar
E toda essa saudade
Também possa se ausentar

Hoje eu vou sair mais cedo
Volto quando o Sol deitar
Mudo os meus planos
Durante o dia inteiro
Mas a noite eu sei
Que vou te encontrar

Quem sabe o tempo
Possa diluir a dor
Mudar a cor do dia
Transformar em valor
O frio que aumenta devagar
Passo a passo cada vez
Que eu sonhar

By: Lulu
09.04.12

domingo, 8 de abril de 2012

Música: Dolo (08.04.12)

Bate com força
Não dá chance
Pra levantar
Acaba logo
Com qualquer motivo
Que me incentive
A voltar

Arrebenta tudo o que
Em mim restar
Arranca sem dó
Cada pedaço seu
Que em mim viver

Não deixa nada inteiro
Desfaz tudo o que
Ainda pode doer

Não apaga, destrói
Essa força
Que em mim corrói

Desune as artérias
Que fazem pulsar
Interrompe a respiração
Remove de vez
Meu coração

De ilusão não quero
Me alimentar
O latente dessa vez
Só serve pra mostrar
Quanta violência existe
Em te guardar

Desata o torniquete
Deixa sangrar
Um dia termina
E então é possível
Me salvar

Como fênix
Renasço em outro ar
Longe dos seus olhos
Sem mais ferir
Meu andar

By: Lulu
08.04.12

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Música: Rerfos (05.04.12)

Lembro quando se foi
Sei porque aconteceu
Fui eu quem resolveu
Pular do barco
Antes que afundasse
E eu sufocasse
Até não poder mais voltar

Quanta ilusão
Sofrer sempre é vital
As escolhas só mudam
O final

E a saudade
É parte certa
A cada decisão
Que arranca um pouco
De tudo o que foi
Um dia seu pleno vigor

Saudade é o sufoco
Que existe pra mostrar
Que mesmo ausente
Alguém ou algo na gente
Sobreviveu.

Resolveu ficar
E constantamente faz questão
De se fazer lembrar

A cada dia um pouco mais
Longe
Mesmo assim
Sabendo que não vai
Sair de mim

Eu lido escrevendo uma canção
Eu canto sem qualquer afinação
Usando apenas força e emoção

Quanta ilusão
Sofrer sempre é vital
As escolhas só mudam
O final

E a saudade
É parte certa
A cada decisão
Que arranca um pouco
De tudo o que foi
Um dia seu pleno vigor

Saudade é o sufoco
Que existe pra mostrar
Que mesmo ausente
Alguém ou algo na gente
Sobreviveu.

Resolveu ficar
E constantamente faz questão
De se fazer lembrar

Quanta ilusão
Sofrer sempre é vital
As escolhas só mudam
O final

By: Lulu
05.04.12

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Música: Dilúvio (04.04.12)


Tanto tempo passou
Que eu já me acostumei
Com os sonhos
Que se partem
Com tudo o que termina
Ou nem ao menos começa

Depois da chuva
O que não afunda
Muda de lugar
O que não derruba
Sempre se faz marcar

Em 24 horas
Tudo se pode ver
Sentir, fazer e desfazer

Tanto tempo passou
Que eu já me acostumei
Com os sonhos
Que se partem
Com tudo o que termina
Ou nem ao menos começa

São pretéritos perfeitos
Munidos de emoções
De um futuro eterno

O caminho é estreito
Por que tem que ser assim?
Tentando ser direito
Até chegar ao fim
Tropeços incessantes apressam
O presente e o sangue

Tanto tempo passou
Que eu já me acostumei
Com os sonhos
Que se partem
Com tudo o que termina
Ou nem ao menos começa

Vai escurecer
O frio vai chegar
O Outono veste a face do mal
E a chuva me impede
De enxergar um novo quintal

By: Lulu
04.04.12

terça-feira, 3 de abril de 2012

Música: Câmara mortuária (03.04.12)

Mesmo tentando muito
Tenho que confessar
Não consigo
Finjir subtrair
O que nunca vai sarar
Como pode agir assim?

Frieza maldita
Indiferença insana
Ontem Primavera
Hoje as chamas
Da morte de qualquer estação

Escarra os sentimentos
Maltrata as memórias
Fazendo de cada história
O calendário da dor

Dói ver tudo partir
Com você
Como se fosse a morte
A ganhar vida
Através do seu corpo

Extinguindo aquele alguém
A quem guardei
Mesmo ao me afastar

Seus olhos perderam a cor
Já não brilham como a Lua
Que eu ainda sigo a olhar
Enquanto escrevo em folhas
Duplas o que não deixo
De lembrar

Os dias em que fomos
Sol, estrela, céu e mar
Os dias que se foram
Levando quem foi você

Que eu preservo
Mesmo sem precisar
Sentir que ainda consegue
Respirar o mesmo ar
Que eu

Ficou comigo e não consigo
Disfarçar
Que sinto fundo
O nó que fica ao confirmar


Frieza maldita
Indiferença insana
Ontem Primavera
Hoje as chamas
Da morte de qualquer estação

Escarra os sentimentos
Maltrata as memórias
Fazendo de cada história
O calendário da dor

Dói ver tudo partir
Com você
Como se fosse a morte
A ganhar vida
Através do seu corpo

Extinguindo aquele alguém
A quem guardei
Mesmo ao me afastar

Seus olhos perderam a cor
Já não brilham como a Lua
Que eu ainda sigo a olhar
Enquanto escrevo em folhas
Duplas o que não deixo
De lembrar

By: Lulu
03.04.12

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Música: Adeus pra quem ficar (02.04.12)

Dia de acordar para seguir
Esquecendo que foi dormir
Querendo voltar
Dia de partir
De encontrar o meu lugar

Longe dessa desonesta guerra
Travo minha batalha
E não descanso
Sem ganhar

Se não o dia inteiro
Alguns instantes que me façam
Enxergar aonde está
A porta da saída

Adeus pra quem ficar
Aqui nunca foi
Meu lugar

Chorando entre as paredes
Eu jamais esqueci
Que contra minha vontade
Meu destino me pôs aqui

Mas agora chegou a minha vez
Vou deixar tudo como está
Não volto para olhar
Se algo mudou

Dou as costas
Vou buscar minha redenção
Nova vida em mim respira
A sensação de avançar
E nada vai me fazer falta

Finalmente consegui
Em poucos dias
Estarei muito longe daqui

Longe dessa desonesta guerra
Travo minha batalha
E não descanso
Sem ganhar

Se não o dia inteiro
Alguns instantes que me façam
Enxergar aonde está
A porta da saída

Adeus pra quem ficar
Aqui nunca foi
Meu lugar

By: Lulu
02.04.12

domingo, 1 de abril de 2012

Música: O inimigo mora aqui (1º de Abril, 2012)


Borbulhas de sangue
Emoção sobria
Intensamente incomodada
Desconforto em voz armada
Para matar ou morrer

Quem vai escolher ficar
Em um lugar
Que nada remete a um lar?

Já não posso aguentar
Cada movimento
Lembra um a um
Dos momentos
Desde quando tudo
Saiu do lugar

Quer desacreditar
Subtrair o meu poder
De ser bem mais
Do que se enxerga
Ao me encontrar

Vê diariamente meu sonho
Se desfazer
Pode não  estar bem
Mas sempre vai além

Olhando nos meus olhos
Suga toda minha coragem
Me irrita a covardia
Camuflada em linguagem vulgar

Mentir parece fácil
Simplesmente popular
Nomeia de irônia
E me faz ficar assim

No papel de vilã
No fundo um tanto sã

Demais para deixar
Pra trás a verdade
Que eu percebi

Vive a me assombrar
O inimigo mora aqui
Está sempre roubando
Meu lugar

Por vezes esnobando
Tudo o que eu puder
Conquistar

Frequentemente me anulando
Só para se apropriar
Da sensação de ser melhor

Não é assim
Por isso pulsa brando
O ódio em mim

Manipulando os olhos
Que se perdem
No azul de seu olhar
Como um mar violento
Te afunda sem demonstrar

A escuridão dos olhos meus
Nebliam em nuvens carregadas
Pelas lágrimas
Minhas pernas me levam

E mesmo se eu cair
Parto a cara e dou um grito
Sinto a fundo o existir

Sem te iludir
Com palavras sem coração

Mentir parece fácil
Simplesmente popular
Nomeia de irônia
E me faz ficar assim

No papel de vilã
No fundo um tanto sã

Demais para deixar
Pra trás a verdade
Que eu percebi

Vive a me assombrar
O inimigo mora aqui
Está sempre roubando
Meu lugar

Por vezes esnobando
Tudo o que eu puder
Conquistar

Frequentemente me anulando
Só para se apropriar
Da sensação de ser melhor

Não é assim
Por isso pulsa brando
O ódio em mim

Manipulando os olhos
Que se perdem
No azul de seu olhar
Como um mar violento
Te afunda sem demonstrar

A escuridão dos olhos meus
Nebliam em nuvens carregadas
Pelas lágrimas
Minhas pernas me levam

E mesmo se eu cair
Parto a cara e dou um grito
Sinto a fundo o existir

Me inoja sua voz
Me aprisiona sua visão
Aos poucos reconstituo
Meu talento e minha missão

Vale bem mais
A paz de ter consciência
Da ausência da sua alma

Por isso não desisto
E não entrego minha calma
Eu vou atrás

Eu vou pra longe
De você
Se fode
E morre aos poucos
Sem nem mesmo perceber

By: Lulu
1º de Abril, 2012