domingo, 26 de agosto de 2012

Música: Leão de fogo (28.08.12)

Antes era com o pé na porta
Hoje causando arrepio
Tudo o que eu sinto desova
Simplesmente porque existiu

Metal extremo ou blues falho
Palavras ou somente
Mais um solo

Funebre, arredio
Furioso ou vulnerável
Mas jamais vazio

Quem me viu
Quem me vê

Sempre poderá saber
Exatamente como é
Enxergar através dos olhos
A exatidão de como
Minh'alma é

Quem me viu
Quem me vê

Pode até não entender
Demorar para sacar
Talvez nunca aceitar
Mas certamente vai viver
Tudo o que o meu peito pulsar

Hoje o dilúvio me invade
Além da chuva lá fora
E a escassez da amizade

O vento que rasga
A dizer como é bom
Se conhecer

Ecoando por estar
Sempre tão só
Na amplitude do próprio ser

A solidão faz chorar
Mas também serve
P'ra aprender

Valor é p'ra cativar
Cultivar e ampliar
Se ontem era unipotente
Hoje acaba de se enterrar

Quando vi você desaparecer
Acabei por me libertar
Abrindo os olhos
De vez
P'ra essa prisão
Não quero mais voltar

Quem me viu
Quem me vê

Já não te enxerga em mim
É sempre assim no final
Não sobra nem sinal

Sem coração
Não mais respira
O que jamais foi real

Quem me viu
Quem me vê

Desde o primeiro amahecer
Viu do fogo renascer
Leão pronto p'ra vencer

By: Lulu
26.08.12

domingo, 19 de agosto de 2012

Música: Talhos e retalhos

Além da nostalgia
E da ilusão do acalento
Há um momento pronto
Para mudar

O que ficou preso
Após o despertar

Foi tudo uma ilusão
Escravizando toda e qualquer razão

Não preciso dar motivos
P'ra explicar minha intenção
De enfim dizer

Gritar aos quatro ventos
Vou viver sem você
Quero que se vá

P'ra onde eu não possa
Nem mais lembrar

Mentiras escrotas
Necrosam em mim agora
A sensação de morte
Finalmente vai embora

Espero mesmo que se vá
Com você
Sem mais voltar

De repente todos os motivos
Vieram me visitar
Vestida pelo próprio sangue
Escarro pus em você

Todos podiam ver
O que eu não quis enxergar
Já não me importo agora
Só quero entregar
O que existe em mim
É puro bem estar

Liberta das estacas
Que sua presença trazia
Com muita alegria
Respiro sem te encotrar

E presa sua vida
Fica ao fundo
De tudo o que tenho
P'ra caminhar

Não preciso dar motivos
P'ra explicar minha intenção
De enfim dizer

Gritar aos quatro ventos
Vou viver sem você
Quero que se vá

P'ra onde eu não possa
Nem mais lembrar

Mentiras escrotas
Necrosam em mim agora
A sensação de morte
Finalmente vai embora

Espero mesmo que se vá
Com você
Sem mais voltar

De repente todos os motivos
Vieram me visitar
Vestida pelo próprio sangue
Escarro pus em você

Liberta das estacas
Que sua presença trazia
Com muita alegria
Respiro sem te encotrar

E presa sua vida
Fica ao fundo
De tudo o que tenho
P'ra caminhar

By: Lulu
19.08.12

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Música: Pés queimados (14.08.12)

Escarneados pela miséria
Agonia confessa
Correria inconclusa
Vida em extra unção
Dominados pelo poder do maldito
Gozo da nação

Sangram mãos sem um centavo
Enlouquece o cidadão
Morrer por uma vitória
Ou acabar sempre no chão

Morto vivo a caminhar
Feito zombi racional
Qualquer gesto não certeiro
É um final escrotal

Cortes inflamam
Lágrimas ácidas
Queimam nossa moral
Há tanto tempo procurando
Uma razão para sobreviver

Se é que há
Um plano capaz
De sustentar
O insano universo particular

Que a cada ano
Me faz vomitar
Pesadelos por todo o lugar

Sigamos agora
Não há outra opção
Mesmo com o pescoço cortado
Caminhando sem direção

Em pleno flagelo
Nossos passos rumo a degradação
Máquinas do erro
Fruto absurdo da perturbação

Somos desespero incubado
Perdido, sem salvação
A prova da inversão
Do valor da vida
Diluída em frustração

Sigamos agora
Não há outra opção
Mesmo com o pescoço cortado
Caminhando sem direção

Em pleno flagelo
Nossos passos rumo a degradação
Máquinas do erro
Fruto absurdo da perturbação

Somos desespero incubado
Perdido, sem salvação
A prova da inversão
Do valor da vida
Diluída em frustração

By: Lulu
14.08.12

domingo, 12 de agosto de 2012

Música: Sobriedade insana (12.08.12)

O que enxerga em meus olhos?
Será que é capaz
De ver?

As palavras que eu guardo
No olhar
São poucos
Os que podem encontrar

Por longos anos
Plena sobriedade insana
Acreditei em todas
As suas mentiras
Acordei na lama
A sombra do que
Eu fui um dia

Perdida gritando
O inferno eu explorei
Ao estar com você
Como pode alguém
Demorar tanto para entender?

Prisão desonesta
Ematomas do sofrer
Canções desastrosas
Porres e soluços
Enozando o entardecer
Ofusquei-me só
Sem se quer perceber

Desabando em silêncio
P'ra te proteger
O que me sobra agora?

O eco do amanhecer
Imundo, pequeno
Afogado em desespero
Longe da salvação

Veja que irônia
Sem nenhum motivo
Estou sem proteção

O que enxerga em meus olhos?
Será que é capaz
De ver?

O inferno eu explorei
Ao estar com você
Como pode alguém
Demorar tanto para entender?

Desabando em silêncio
P'ra te proteger
O que me sobra agora?

O vazio do ontem
Sonhos em pedaços
Gargalhadas suas
E dores sem fim

Fotos e bilhetes
De um lindo jardim
Relatam o fim

Por longos anos
Plena sobriedade insana
Acreditei em todas
As suas mentiras
Acordei na lama
A sombra do que
Eu fui um dia

By: Lulu
12.08.12

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Música: Presenças mortas (10.08.12)

Antes de ir embora
Ponho a prova
Minha própria força
E a angústia se faz
Minha única imagem

Flagrei no espelho
Pura auto-sabotagem
Uma ilusão mortal
De final infeliz

Perdi por um segundo
A razão
Foi o suficiente
Para me deixar vencer
Bem antes da noite vir
Eu vou anoitecer

Não olha agora
Vai se arrepender
Sou eu mesma aqui
Quem você vê sangrar

Fui eu mesma
Que comecei e não sei parar

Abro a janela
Todos os dias
Tentando escapar de mim

Ou desaparecer mesmo assim
Já que não há
Ideia capaz de solucionar

Mudar a direção
De tudo o que eu pensr

Nada que faça acreditar
Que existe um outro espaço
Onde ainda posso alcançar

Limpe seus pés
Mas permaneça descalço
Para que possa ver
A marca do que eu fui
Até agora

Se é que além do que minh'alma ignora
Há algo p'ra contar

Meu sangue ainda quente
No chão que você pisa

Tente não chorar
Siga em frente
Sem olhar o que ficou comigo

Amanhã quando o sol nascer
Mesmo se não clarear
Algo vai estar diferente

Sem motivos
P'ra tentar
Outra chance agora

No  reflexo final
Não há perguntas
Não há respostas
Não há mais vida
Acabou qualquer nova aposta

Perdi por um segundo
A razão
Foi o suficiente
Para me deixar vencer
Bem antes da noite vir
Eu vou anoitecer

Não olha agora
Vai se arrepender
Sou eu mesma aqui
Quem você vê sangrar

Fui eu mesma
Que comecei e não sei parar

Perdi por um segundo
A razão
Foi o suficiente
Para me deixar vencer
Bem antes da noite vir
Eu vou anoitecer

(Eu vou anoitecer)
E só peço que vá
Chegue aonde desejar
Sem esperar que eu possa despertar
Com o novo dia

Sem motivos
P'ra tentar
Outra chance agora

No  reflexo final
Não há perguntas
Não há respostas
Não há mais vida aqui

By: Lulu
10.08.12

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Música: Zehn (07.08.12)


Sujeira branda
A dor sem fim
Morri n'aquele dia
Quando a noite
Visitou meu jardim

A brisa de Novembro
Me cortava sem que eu
Soubesse o que fazer

Algo me faltava
Além do que nos separava
Não sobrava nada
Para dizer

Eu já nem chorava
Suava sem perceber
Se existem motivos
Já desisti de entender

Não procuro mais respostas
Vivo só para
Não lembrar
Que n'aquela noite
Eu acabará de morrer

Outro lugar
(outrolugar)
Um novo vento
P'ra rasgar tudo
O que eu senti

Ideias novas
Todas feitas
Do que não existiu

Desde que você partiu
Exatamente n'aquele tempo
Tudo se foi tão de repente

A nostalgia manteve
Meu corpo quente
Mas nunca pude voltar

Era tão diferente
Quando senti a vida arrancar
O que me fazia valente
Tão crente de que
Sabia sempre como triunfar

Virgem de pesadelos
Meus sonhos  se fizeram deflorar
Violentados em desespero
Até hoje se põe a sangrar

Um sono de memórias
Que não param
E atropelam o bem estar

Pedras na janela
Não vão evitar o fim
Quando tudo acontecer
Não vai restar nada
De mim

No fundo eu
Sabia que nada mais
Seria igual
Outra menina
Me domava
Tornava meu peito mau

De tanto sentir
O que me machucava
Tentava fazer igual
Em tudo o que batia
Voltava mil vezes
Mais letal

Desigual bem como
A vida é
Pouco a pouco
Tomando a razão
Ferve tanto
O meu coração

Desde então em prantos
Tentando sustentação

Ficou tudo no porão
Não amanheceu
Desde aquela ocasião

As flores do quintal
Desapareceram antes do Natal
As luzes não acenderam
Meus olhos romperam
Minha imaginação

Sumiu a criança
E toda a esperança
Tornou-se ilusão

Vou tentar mais uma vez
Modificar a sensação
De adormecer p'ra sempre

A fim de encarar
Um novo dia
P'ra quebrar esse 'p'ra sempre'

Quanto tempo pode durar?
Será que alguém
Se importa em aceitar?

Que há momentos
Que petrificam
A essência em um lugar

Há dores que não cessam
E não se apressam em sarar
Quando cortes são profundos
Todo o mundo é pequeno demais
Há uma ideia absurda
De que a solidão
É a única certeza de paz

Há tristeza a cada segundo
E nenhum minuto a mais

Quanto tempo pode durar?
Será que alguém
Se importa em aceitar?

Que há momentos
Que petrificam
A essência em um lugar

Há dores que não cessam
E não se apressam em sarar
Quando cortes são profundos
Todo o mundo é pequeno demais
Há uma ideia absurda
De que a solidão
É a única certeza de paz

By: Lulu
07.08.12

Música: Erguer-se além (07.08.12)

Escureceu aqui
Faz tanto tempo
Que eu não sei mais
O que é enxergar

A luz do dia inteira
Como a primeira vez

Lembra até os dias
Que esqueci de apagar
Lembra aquelas tardes
Que sempre irão sangrar

Memórias avulsas
Que unidas sem querer
Formam a saudade
Do dia que eu
Nunca mais vi nascer
Sem marcas

Já acordo
Com o dia pronto
Desfeito e torto
Sem saber

Aonde se perdeu
A alma vestida
Para matar ou morrer?

Trancafiou-se sem que
Nada eu podesse fazer
Parou, sofrida em algum
Canto meu
Que se calou
Que ninguém percebeu
Que até p'ra mim
Simplesmente desapareceu

Quem me ensinou
Aser assim?
O fim de tudo
O que era ser
Só  pode ser agora

Tenho que ir embora
Desse lugar
Talvez voltar a encontrar
Entre essas frestas
A luz solar

Um mar sem fim
Para nadar
Entre as ondas decifrar
Poemas vivos
E histórias de redenção

Levantarei agora
Mesmo sem ninguém
P'ra dar a mão

Aonde se perdeu
A alma vestida
Para matar ou morrer?

Trancafiou-se sem que
Nada eu podesse fazer
Parou, sofrida em algum
Canto meu
Que se calou
Que ninguém percebeu
Que até p'ra mim
Simplesmente desapareceu

Quem me ensinou
Aser assim?
O fim de tudo
O que era ser
Só  pode ser agora

Tenho que ir embora
Desse lugar
Talvez voltar a encontrar
Entre essas frestas
A luz solar

Um mar sem fim
Para nadar
Entre as ondas decifrar
Poemas vivos
E histórias de redenção

Levantarei agora
Mesmo sem ninguém
P'ra dar a mão

Mesmo sem ninguém
P'ra dar a mão
Porém livre de coração

By: Lulu
07.08.12