segunda-feira, 30 de julho de 2012

Música: Contínuo (30.07.12)

Aonde foi parar
A força que eu deixei
Escapar?

N'aquele dia
Sem você
Procurando alguém
Que pudesse
Me dizer algo
Capaz de conservar

A gana por vitória
Que estava a desabar

Enquanto eu me sentia mal
Você pensava
O que vestir
Quando a guitarra
Da sua banda favorita
Explodir

A noite eu já não dormia
Tentando me refazer
Escolher o destino
Entre eu e você

É bem assim
Na vida temos que optar
Viver, lutar

As vezes é deixar morrer
Todo o sentimento
Que nos faz desaparecer
Viver, lutar

Erroneamente acreditar
Que o bem
É atributo de todos
Os que queremos bem
Viver, lutar

É se auto desafiar
A aceitar
Mesmo sem entender
Chorar, sofrer

Mas perceber
Que o melhor
A fazer é se afastar

Deixar no coração
Sobreviver
Somente o que
Servir para ensinar
Viver, lutar

Deixar partir tudo
O que machucar
Sorrir por permitir-se
Encontrar

De dentro p'ra fora
A intenção  de superar

Se resistir é alcançar
Em frente eu sigo
Enquanto esqueço
De te esperar

By: Lulu
30.07.12

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Música: Pedaço escuro (27.07.12)


Um dia frio
E a recordação
Um sonho ruim
Sem definição

Passado congelado
Minha assombração
Levaram tudo
O que era meu
Foi tudo feito
De sangue e dor

Um chão batido
O dessabor de ser menor
Que o tempo
E ver partir aquele
Que te ensinou o amor

Olhar em volta
Nada encontrar
Não ter nem chance
De tentar voltar

Lutar sem forças
Morrer sem querer
Lentamente a se desfazer
Mas nada destrói
O que ficou

Na história marcada
Em cada pedaço
Escuro meu
Tantos buracos
Tomando o lugar
Do que se perdeu

Deixando o espaço
Branco colorir
Por um ardor
Que jamais vai partir

Quanta solidão
Medo e tristeza
Quanta derrota sob a mesa
Agora eu sei
Mas nada vai mudar

Todos esses espinhos
Enfiados no meu peito
Que até hoje
Só fazem sangrar

Na história marcada
Em cada pedaço
Escuro meu
Tantos buracos
Tomando o lugar
Do que se perdeu

Deixando o espaço
Branco colorir
Por um ardor
Que jamais vai partir

Mentiras tolas
Não vão proteger
Quando eu chorar
E ninguém poder ver

Meu rosto escondido
Vai resistir
Quando eu cair
Vou me arrastar
Nadar em sangue quente
Até chegar

Em outro canto
Este sem perdão
Onde minhas memórias
Amaldiçoarão
Cada gesto inútil
Dessa solução

Sim, se não fosse isso
Poderia até
Terminar igual

Uma mente em chamas
Que jamais foi igual
Um dia ou outro
Iria se entregar

Sem o poder da ação
Deixando tudo para trás
Agarrada com as garras quebradas
A um lugar vazio
Aquele Novembro foi sem dúvida
O mais frio

Pavor, desespero
Angústia, zelo
E desâmparo
Quem me conhece
Sabe exatamente
Sobre o que eu falo

Tentando diariamente esquecer
Infelizmente sempre algo
Vai me trazer
Me fazer lembrar
Dos olhos que eu
Tive que deixar
De tudo o que
Ainda escorre sem parar

Cada vez que eu chorar
Cada vez que viver mostrar
Que aquela foi a porta
De entrada p'ra este lugar
Onde me encontro agora

Não sei o que sobrou
Só sei quem sou agora
Daquele dia em diante
Querendo ou não
Com ou sem razão
Tudo mudou
De dentro p'ra fora

Restou pulmão
E toda a hora
É hora p'ra enxergar
O vácuo que me espreita
Ao deitar

Tudo o que aconteceu
Meu futuro que morreu
Sempre há cicatrizes
Por trás da Glória

Na história marcada
Em cada pedaço
Escuro meu
Tantos buracos
Tomando o lugar
Do que se perdeu

Deixando o espaço
Branco colorir
Por um ardor
Que jamais vai partir

Jamais vou deixar de sentir
O vento daqueles dias
Me possuir
Tomar lugar
De todo o bem que eu construí
Tentando superar

Ou mesmo tornar vitória
A chance de virar
O jogo impiedoso
Que me fez transformar
A doce menina
Na casa do mau-estar

By: Lulu
27.07.12

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Música: Chão rompido (18.07.12)

Pode ser que hoje
Seja a última vez
E que jamais chegue
A  hora certa

Eu já tentei de tudo
Sem nunca encontrar
O tal caminho certo
Mas nunca deixei de andar

O destino é o agora
Mesmo enquanto o meu
Coração chora
Eu sangro rumo
Ao vento do que há

Sem esperar o que
Pode nunca vingar

Danos, tristezas e tantas derrotas
A vida não precisa de respostas
São as voltas que decidem
Quem vai triunfar

Não me engano mais
Com os espinhos
E as curvas não tomam
O que eu sonhei

A dor sempre enfraquece
Porém não cresce
Além do bem

Danos, tristezas e tantas derrotas
A vida não precisa de respostas
São as voltas que decidem
Quem vai triunfar

Anos a fio
Milhões de apostas
Um sopro tornando
Toda a conclusão
Ilusão exposta

By: Lulu
18.07.12

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Música: Fobetor (12.07.12)


Branco e preto
Céu suspenso
Durmo o sono
Dos tormentos
Nada para em mim

Minha mente é assim
Dia todo a chorar
Madrugada a dentro
Nada vai parar
Aqui está frio

Uma turbulência
Invisível e cruel
Fina, amarga
Cortantemente desgostosa
Feito brisa ardilosa
Que sufoca
Por nunca cessar

Sombras compostas
Pela escuridão deixada
Pelo vão dos anos
Que não se vão
E voltam sem que os possa
Deter ou ignorar

Ao meu lado
Em minha frente
Barrando a passagem
Da minha circulação
Me fazendo respirar
A própria pulsação

Violência interna
Maldição vestida de cansaço
Fez cegos os meus passos
Paralizando minha voz

Meu ego adormeceu
Junto com tudo o que morreu
E apodrece aprisionado
Em mim

Quando abrir os olhos
Todo o suor frio
Se faz de sangue

Terminou outra noite
Que esqueceu de vingar
Nasceu um novo dia
Que não lembrou
De clarear

Nada repousa
Quando a Lua também pesa
E o Sol queima

Nenhum silêncio basta
Quando o frio congela tudo
O vento não move
Derruba e desmonta
Mas não desfaz

Cortes profundos
Rasurando dias
Sem traçar a paz

Quando abrir os olhos
Todo o suor frio
Se faz de sangue

Terminou outra noite
Que esqueceu de vingar
Nasceu um novo dia
Que não lembrou
De clarear

By: Lulu
12.07.12

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Música: Depois do fogo (11.07.12)

Se eu escapar
D'essa com vida
O suficiente p'ra contar

Mais um pisão
Sob a mentira
Minha chance
De continuar

Estratégias sombrias
Uma luta sem trégua
E sem descanso

Eu durmo quando a noite vem
Crente que a vontade
Me levara além
De cada pesadelo

Cada golpe um pretexto
Para buscar a cura
Enquanto a luz
Do dia não chega
Eu caminho no escuro
A procurar

Quantas virtudes
Tive que desprezar
Sentindo a angustia
De não ter como optar
Pelo melhor que há em mim

Escorrego todos os dias
Sem me abrigar
Da chuva de facas
Do eterno temporal

Todos os meus pedaços
Me fazem igual
Há poucos passos
De vencer o mal

Estrada sangrenta
Garganta inflamável
Falta de amor
Mesmo em perigo
Levo vocês comigo
Para onde eu for

Desde que não exista dor
Capaz de penetrar
O nosso valor

Mãos e patas dadas
Missão acatada
Seja como tiver
De ser

E eu sei
Que logo será

Depois do fogo
A fênix se põe
A voar

Todos os meus pedaços
Me fazem igual
Há poucos passos
De vencer o mal

Estrada sangrenta
Garganta inflamável
Falta de amor
Mesmo em perigo
Levo vocês comigo
Para onde eu for

Desde que não exista dor
Capaz de penetrar
O nosso valor

Mãos e patas dadas
Missão acatada
Seja como tiver
De ser

E eu sei
Que logo será

Depois do fogo
A fênix se põe
A voar

By: Lulu
11.07.12

domingo, 8 de julho de 2012

Música:Perfuração visual (08.07.2012)

Parece estranho
Mas aconteceu comigo
Nunca é tão cedo
Para aprender
Como é perder

E o tempo
É tão conotativo
Quanto o som
De uma canção

Eu sei não é
Seu dia
Mas já passou
Da minha hora
Já faz muito tempo

Eu vivo atrás
De um bom motivo
Nunca encontro nada
Porém não canso
De buscar

Bem, eu canso
Mas não desisto
De alcançar

Não pode ser você
Uma só voz
Capaz de me desestruturar

Não é você
Quem acorda diariamente
Tentando não se entregar

Muita gente vai falar
(Só por falar)
O que nem de longe
Imagina e nunca saberá

Tantos são os que p'ra sempre
Irão contestar
Momentos nunca voltam
Isso eu mostro
Ao continuar

Sobrevivo lentamente
Até quem sabe
Um dia levantar

Mais viva
Ou menos perto
Da sensação de morrer
Tendo de tudo
E tão pouco a oferecer

Não é você
Quem vai frizar
Ao meu coração
(Medroso e ensanguentado)

A sensação mortal
De que todos dias
Começam do final

Entre meus dedos
As chances esfarelam
No meu rosto
Os traços negros
De cada pesadelo
Escorrem sem querer
Meus passos são de desepero
Mas não vou desaparecer

Não é você
(Não é você)
Aqui e agora

P'ra sentir o quanto pesa
Cada lágrima
O quanto sangra
A distração de ser
Só mais um refrão vulgo
Que ninguém vai escutar

Não é você
Que luta e sofre
Morre e nasce
Dia a dia
P'ra mudar o mundo

E  encontra um submundo
Que afunda, suga
E se apodera de todo
O seu querer

Eu sei não é
Seu dia
Mas já passou
Da minha hora
Já faz muito tempo

Aprendi da pior forma
Que o momento
É a decisão final
Que o fim da linha
É escolha e a caminhada
Fatal

By: Lulu
08.07.12

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Música: Fenótipos (05.07.12)

Todos os dias assim
Não quero mais entender
De dentro p'ra fora
Quem escolhe somos nós

A voz emite um som
Cor da mentira
Que não tatuaram

Gritaria cálida
Emitida no escuro
De sonhos ruins

Eu não sou assim
Não consigo imitar
Imaginar ser diferente
Do que meu peito guardar

Palavras rasas, voz vestida
P'ra enganar
Quem é você
Para dizer que algo está
Fora do lugar
Comigo?

Não faço questão
De me aproximar
Se meus espinhos
Te agridem
Não são minhas pétalas
Que vão te acariciar

Me deixe só
Cansei de tentar
Fazer de tudo
P'ra que você
Possa ver o que faz questão
De não exergar

Não vou ser
Só mais uma vida
Perdida em um canto
Qualquer de mim
Esquecida até o fim

P'ra que?
Me diz se é que há
Alguma explicação capaz
De me fazer parar

De perceber que os seus olhos
São como o céu
Dos desenhos animados
Uma simples ilusão
Pintada de azul

Flutuando a toa
Perto do que é comum
Longe da real visão
Abro a janela
Sinto a força do trovão

Dos dias cinzas
Verdades inevitáveis
Ser você
Pode não ser
Exatamente assim
Como o mundo
Ainda te vê

Sei o que ninguém
Mas quer saber
Por trás de dias inteiros
Quem ganha entre eu e você

Espisinhada pelo dom
De não permanecer
Como um cristal
Transparência sensível
Pode escorregar

Partir ao cair
Quando em pedaços
Nunca mais se igualará

Não sou de aço
Sou coração, pulmão
Respiro em meio a distração
O mesmo ar
Que toda essa população
Que não percebe
A própria solidão

E insiste em me acusar
De andar ao contrário
Quando nem ao menos
Sabem aonde querem chegar

Palavras rasas, voz vestida
P'ra enganar
Quem é você
Para dizer que algo está
Fora do lugar
Comigo?

Não faço questão
De me aproximar
Se meus espinhos
Te agridem
Não são minhas pétalas
Que vão te acariciar

Me deixe só
Cansei de tentar
Fazer de tudo
P'ra que você
Possa ver o que faz questão
De não exergar

Não vou ser
Só mais uma vida
Perdida em um canto
Qualquer de mim
Esquecida até o fim

P'ra que?
Me diz se é que há
Alguma explicação capaz
De me fazer parar

Não sou de aço
Sou coração, pulmão
Respiro em meio a distração
O mesmo ar
Que toda essa população
Que não percebe
A própria solidão

E insiste em me acusar
De andar ao contrário
Quando nem ao menos
Sabem aonde querem chegar

By: Lulu
05.07.12