domingo, 24 de março de 2013

Música: Do expresso ao conhaque (24.03.13)


Existem alguns dias
Assim como hoje
Do balançar das plantas
Ao cheiro das flores
Não há vento
Que não me faça
Respirar você

Nem mesmo uma canção
Que não faça presente
Cada história
Cena por cena
Todas as palavras
Um a um dos detalhes

Marcas confusas que diluem certezas
Entre sorrisos e dores
Que afastam o ontem
Com a mesma força que o tráz
Diáriamente ao nosso encontro

Uma loucura consciente
Que amanhece conosco sem querer
Um desejo de voltar
De esquecer
Necessidades que se calam
E se perdem ensurdecendo
Em meio ao próprio desespero ecoado

Um grito calado a força
Um sentimento contido em plena vida
Fuga sem movimento
Continuidade sem avanço

Um pouco de mim agora
Certamente é algo seu
Que foi embora

Mas está tudo bem
Sob controle
Eu já desliguei o som
Só mesmo o meu coração
Não entendeu
A lei do silêncio

A mesa agora
Só restam as sobras
Desde quando o dia acordou
Até então

Café expresso trazido
Da esquina
Onde as memórias
Vem e vão

Um pouco de amnésia
Sempre caí bem
Quando é recente o fim
De mais uma estação

Em clima de saudade
Um dia nada quente
Pede conhaque p'ra abater
A solidão

Até quando o passado
Vai entrar aqui
Sem nem bater a porta?

Já cansei de dizer
Que já não quero mais
Entender ou me convencer
De possíveis razões
P'ra tudo acontecer

Também não quero mais
Sentir que arde
Não mais te encontrar
Se não em distração
Toda a vez que escuto
Aquela tal canção

Fechando os olhos
Deixando escapar
Nas marcas do lápis
Aonde ainda estás

Sinceramente acreditando
Que um dia ainda vai passar
Esse vazio que me inunda ao lembrar

Depois que a música parar
Mais uma vez
A distância vai vencer
Essa é a prova
Que o tempo
Não serve p'ra curar

Mas está tudo bem
Sob controle
Eu já desliguei o som
Só mesmo o meu coração
Não entendeu
A lei do silêncio

Uma loucura consciente
Que amanhece conosco sem querer
Um desejo de voltar
De esquecer
Necessidades que se calam
E se perdem ensurdecendo
Em meio ao próprio desespero ecoado

Um grito calado a força
Um sentimento contido em plena vida
Fuga sem movimento
Continuidade sem avanço

Um pouco de mim agora
Certamente é algo seu
Que foi embora

By: Lulu
24.03.13

quinta-feira, 21 de março de 2013

Música: Outonal (21.03.13)

Queria tanto que fosse real
Tão diferente da visão original
E do que sobrou
Agora que tudo acabou

Nada tráz seus olhos
Outra vez
Com a mesma nitídez
Dos sonhos bons

Onde somos alma
E solução
Aonde meus sorrisos
Superam meus soluços
Secando meu pranto
Ao encontrar sua mão

Mesmo que eu tente negar
Sem forças p'ra sustentar
Outra versão
Se não a única verdade
Sua saudade jamais
Deixou meu coração

Ousadia tentar
Nada mais se pode fazer
O que perdemos foi muito
Para sempre
Sem querer

Não há mais luta
Nem mesmo glória
Nosso  fracasso
Nossa história

Tudo termina deixando fragmentos
Vivos por qualquer razão
É tão forte e inatíngivel
Sua resposta a tal razão

Nada tráz seus olhos
Outra vez
Com a mesma nitídez
Dos sonhos bons

Onde somos alma
E solução
Aonde meus sorrisos
Superam meus soluços
Secando meu pranto
Ao encontrar sua mão

Mesmo que eu tente negar
Sem forças p'ra sustentar
Outra versão
Se não a única verdade
Sua saudade jamais
Deixou meu coração

Agora vá
Me deixe em solidão
Mais uma vez
Eu sei que ainda voltarás
Quando a noite minha alegria silenciar

Só p'ra não me deixar esquecer
Que o que passa
Nunca deixa de nos pertencer

E tudo o que morre
É porque um dia em nós
Se fez viver

Nada tráz seus olhos
Outra vez
Com a mesma nitídez
Dos sonhos bons

Onde somos alma
E solução
Aonde meus sorrisos
Superam meus soluços
Secando meu pranto
Ao encontrar sua mão

Mesmo que eu tente negar
Sem forças p'ra sustentar
Outra versão
Se não a única verdade
Sua saudade jamais
Deixou meu coração

By:Lulu
21.03.13

sexta-feira, 15 de março de 2013

Música: Permanente Exposição Vísceral (10.03.13)

Permanente exposição vísceral

Até não mais doer
E o sangue findar
Abrir os olhos
Ver o sonho esfarelar

Respirando fundo
Em permanente pesadelo
São regras de um mundo
Longe de estar inteiro

Correndo não se escapa
Ficar nada garante
Por isso o semblante
Carrega essa aparência encurralada

A voz desafinada
Há tanto tempo
Já desistiu de tentar

O céu fechado
Se assemelha ao amanhã
Ninguém sabe o que se esconde
Entre os berros e o silêncio

Aconteceu
Algo se perdeu
Naquela imunda brisa
De uma manhã estranha
Até hoje arranha recordar

Um dia de escuridão
Marcando como fogo
Fundo no coração

Alma destroçada, mãos atadas
Acabou
Um dia de Novembro
Em que o mundo parou

Suspendam os cuidados
Cemitério inaugurou
O vento dos finados
A inocência levou

Ensanguentada cicatriz
Muda de lugar
Mas sempre diz algo

A face assustada
No espelho hoje tráz
A mesma criança
Dançando e chorando
Em um quarto vazio

Memórias cinzentas
De um sorriso que partiu
Dali p'ra frente
Permante exposição vísceral

São árvores demais
Levaram todos os animais
Nada ou ninguém
Capaz de transmitir paz

O vento na janela
Não serve de ar
Ninguém poderá acompanhar
O que restar depois dali

Possessão do mal
Em imagem real
Era outro quintal
Presente eternamente
Em cada noite
Sem estrelas

Se foram as princesas
Restaram prisioneiras
Fracassadas e atormentadas
Fugindo de facas
Se fazendo armadas

Mente estupidamente violada
Sobreviveu p'ra contar
Que nada se acaba
Enquanto o pulso suportar

By: Lulu
10.03.13

terça-feira, 12 de março de 2013

Música: Verão Desperço (10.03.13)

Mais um dia quente
Perdido dia de Verão
Mais um segundo
Tantos momentos de solidão

Eu posso enxergar
O brilho das estrelas
Quando elas se vão
Trazendo a luz tão negra
Quanto a imensidão do nada

Logo depois do adeus
Da madrugada
O Sol de costas
Nasce em vão

Mais um dia quente
Perdido dia de Verão
Mais um segundo
Tantos momentos de solidão

Se a sua revolta
Me trouxesse vida
Se as suas cobranças
Me tornassem mais
Talvez meu desespero
Alcance a paz

Quantos lamentos sem sentido
Meu coração também está ferido
Só você não pode notar

Mais um dia quente
Perdido dia de Verão
Mais um segundo
Tantos momentos de solidão

Quando as palavras se perdem
Frente a realidade
Sua dureza se transforma em maldade
E eu sinto saudade
Do que não volta mais

Queria ter a ousadia
De descobrir um pouco mais
Do que a vontade
De voltar atrás

Mais um dia quente
Perdido dia de Verão
Mais um segundo
Tantos momentos de solidão

Desorientada caminhei perdida
Meus passos tristes
Eu cantei em vão
Terminando sem mudar em nada
Mais uma canção

A sociedade adoecida
Esquece a cor da alegria
Vestindo os dias com ingratidão
Nada resta da vitória
Quando a glória
Não se encontra no refrão

Cansei de hipocrisia
Só volto depois
Que essa garrafa esvaziar
Um brinde, um salve
Uma aposta na resposta
Dessa degradação

By: Lulu
10.03.13

sexta-feira, 1 de março de 2013

Música: Reencontro com o vazio (28.02.13)

Até onde os sonhos
Podem nos levar?
Nessa noite nada quente
Reencontrei seu olhar

Perdido e sem escolha
Tão longe da real situação
Do que nos coube
Após o tempo
Deixar impressa sua razão

Eram seus olhos
Sua expressão
Aquele alguém a quem
Perdi na imensidão
Dos novos tempos

Qual é sua condição
Nesse momento incomum?
Onde o Outono se propaga
Me deixando em jejum

Eram seus olhos
Sua expressão
Aquele alguém a quem
Perdi na imensidão
Dos novos tempos

Era você
Tentando me dizer
O que jamais foi capaz
Ousando entregar um pouco
Da própria paz

Não olha agora
Estou pensando em você
Tentando esquecer
Memórias que vem em vão
Me esforçando p'ra lembrar
Que era um sonho
Uma ilusão

Eram seus olhos
Sua expressão
Aquele alguém a quem
Perdi na imensidão
Dos novos tempos

Uma alma que gestou ingratidão
Um sorriso morto
Entre os dias
Que se foram
Sem mais nada a revelar

Eram seus olhos
Sua expressão
Aquele alguém a quem
Perdi na imensidão
Dos novos tempos

Alguém que irei deixar
Quando acordar
E enfim perceber
Que o que sobrou
São só as marcas
Do que segue a se desfazer

Eram seus olhos
Sua expressão
Aquele alguém a quem
Perdi na imensidão
Dos novos tempos

Sem outras chances
A certeza é única agora
Já não faz sentido algum
Crêr que para além dos dias
Nos restou algo em comum

By: Lulu
28.02.13