quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Música: A queda (27.12.12)

Hoje eu cai
Mais uma vez
De muito alto
Eu prometi
E não foi a primeira vez
Que eu nunca mais
Me atreveria a voar

Tão de repente
Tristemente verdadeiro
Impossível não desabar
Em pouco tempo
O que era inteiro
Se transforma em cacos
Prontos p'ra dilacerar

Tudo o que sobrou
Do meu coração
Se fez em sangue quente
Até sufocar o ar
Anular o vento

Depois da violência
De mais uma decepção
A razão perde o folêgo
E a emoção a madrugada

Quase nada, só mais alguns
Pesadelos intermináveis
Que recomeçam quando
Os olhos se abrem
Sem encontrar direção

Hoje eu cai
Mais uma vez
De muito alto
Eu prometi
E não foi a primeira vez
Que eu nunca mais
Me atreveria a voar

Um dia eu volto
P'ra dizer que consegui
Sair do chão

Quem sabe eu volte
Já não sei
Se há motivo
Para haver nova canção

Hoje eu cai
Mais uma vez
De muito alto
Eu prometi
E não foi a primeira vez
Que eu nunca mais
Me atreveria a voar

By: Lulu
27.12.12

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Música: 3° (Terceiro Grau)

O tempo hoje não se vai
A dor da minha alma
Da minha mente simplesmente
Não sai

O que eu faço agora
Que está doendo tanto
E eu não posso mais sair

Dentro desse lugar
Sem ter p'ra onde ir
Eu me perco por dentro
Sonhando existir
Por um só momento
Longe da vontade de me detruir

No sofrimento
Tudo é grande demais
Queria apenas por um instante
Recuperar a paz

Agora está tudo tão claro
Como a luz do dia que me enganou
Ao nascer
Parecia que iria escurecer
O tempo inteiro tentanto acreditar
Que ainda há algo novo p'ra apostar

Eu não sei
Simplesmente eu não sei
Se eu errei em continuar
Em dar mais uma chance
P'ra mostrar que ainda posso suportar

E mais tarde voltar
Cantar outra canção
Dizer, reconhecendo que encontrei uma mão
Alguém para segurar
Toda essa frustração
Todo o medo e revolta
Sempre prontos p'ra cair em contradição

Mais uma alucinação
E a beira da loucura
Eu me atiro, eu me atiro
E eu volto para o muro das lamentações

Por dentro de mim
Queimando como vulcões
Em permanete erupção
E sem mais opção
Eu encontro a distração
Em outra voz

Em mais uma voz
Uma voz desafinada
A sair toda errada
Simplesmente p'ra marcar

Toda essa vontade
De deixar de ser assim
Toda essa vontade
De por n'isso um fim

By: Lulu
19.12.12

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Música: Extinção (17.12.12)

Confesso que eu não tenho
Mais nada para contar
Se esgotaram meus sorrisos
E eu não lembro do Luar

Não tenho mais ideias
E há escassez na arte
De interpretar

As alegrias
Que há tanto tempo
Não vem mais me visitar

Esqueci o caminho
Das sombras que refrescam
E dentre essas frestas de prisão
Sinto o vento amedrontar

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Quantos poemas perdidos por aí
Quantas histórias que eu nunca escrevi
Já não importa mais
Não vai cicatrizar
Tudo é passado
Eu deixo p'ra trás

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Apostei tudo e agora
Nada mais sobrou
Meu próprio coração
Faz tempo que se entregou

O mofo que as lembranças carregam
É pesado demais
Os anos só aumentam
A tristeza, levando certezas
Para longe e muito longe
Longe além do imaginável

A mente cansa
Pensar se torna insustentável
Acordar é instrumento
De auto-destruição

Outro dia, outro vento
Ainda a mesma direção
Oposta as respostas
Que eu tenho aqui

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Sofrimento inevitável
Nem mais faz desesperar
Depois do calor do fio rente ao peito
E a pressão de tentar
De todas as maneiras respirar
Vem o fim e a leveza
De se deixar cortar

Não sinto mais nada
Já é parte de mim
Quando os olhos se fecham
Abrem-se os tormentos
Todos os momentos
Explodem de uma só vez

Me conte em segredo
Por que os meus pesadelos
São os únicos a sobreviver

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

A luz do novo dia
Chega só p'ra disfarçar
Que tudo está
No mesmo lugar

Eu sei andar no escuro
Mas não sei pular os muros
Da minha própria assombração

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Desisto de encontrar salvação
Ave ferida aprisionada
É extinção

By: Lulu
17.12.12

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Música: Amargar (10.12.12)

É mesmo verdade
Mesmo sem poder ver
O tempo inteiro
Talvez eterno sem querer

Até quando o cheiro
Das lembranças não são mais reais
As vezes ainda volta a vontade
De viver contigo em paz

Mas como fazer
Quando a maldade
Resolve ocupar o lugar
Daquelas tardes
Sobraram imagens
Que ainda teimo recordar

Cheiro de caramelo no ar
Tão de repente
E tão frustrante
Wiskhy sobre a mesa
Frustração e a decisão
De nunca mais voltar

E então percebo
Que escolhi viver
Sem você

Algumas nuvens como as de hoje
Te devolvem e é em vão tentar não ver
As sombras das árvores
Estão como sempre

E o lugar em que eu chorava
Ainda mantém a expressão do meu olhar
(Decepção)
Quando o Sol pinta o dia
Minha nostálgia acaba com minha razão

Cheiro de caramelo no ar
Tão de repente
E tão frustrante
Wiskhy sobre a mesa
Frustração e a decisão
De nunca mais voltar

Tão curioso fazer
De tudo p'ra tentar esquecer
Irrelevante disfarçar ou se esconder

Cheiro de caramelo no ar
Tão de repente
E tão frustrante
Wiskhy sobre a mesa
Frustração e a decisão
De nunca mais voltar

A ausência tráz a solução
Que se perdeu na ocasião
Que fez o tempo aprisionar o coração

Como um filme congelado
Na melhor cena
Quem me dera
De você restar somente
Os meus poemas

Cheiro de caramelo no ar
Tão de repente
E tão frustrante
Wiskhy sobre a mesa
Frustração e a decisão
De nunca mais voltar

Que luz é essa
E que poder que ela tem?
Como se atreve a me fazer
Sentir faltar alguém assim
Que engana, pisa e faz tão pouco
Disso tudo que ficou dentro de mim
(Só p'ra mim, apenas em mim)

Cheiro de caramelo no ar
Dissimulando meus sentidos
De todos aqueles dias sofridos
A esperar
O mesmo vento que trouxe
Terá de levar

By: Lulu
10.12.12

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Música: Vencida pelo fogo (07.12.12)


Quando eu voltar
E não der mais
P'ra segurar
Em minha mão
Talvez outro caminho
Alcance a solução

Já me acostumei
Aos passos em solidão
Tantos laços
Somente para enforcar
Quantas vezes
Eu precisei me afastar

Necessário, certamente
Como viver sem querer
Quando um novo dia nasce
Meu coração quer anoitecer

Deixa eu seguir
Sem direção

Olhando em volta
Cada recordação
É como lança
Me descansa confortar
Seu fio no peito

Sangrando sei andar
Não vou me importar
Apenas não desejo
Sujar seu caminho
Com o que resta dos espinhos
Enterrados em minha alma
Enraízados e semeados
No mais fundo do meu ser

Sou metal a desfazer
Toda a força que vier
Sou sombra sem refresco
Sou calor a sufocar
Indo embora como sempre
Alguém eu sei
Vai se salvar

Deixa eu seguir
Sem direção

Quem sabe eu me encontre
Rindo a toa
Da própria desgraça

Entre o túmulo
E o meio fio
Quem passou pensou que viu
Tudo o que eu tinha
P'ra mostrar

São palavras que ninguém
Quer escutar
São histórias e memórias
Sempre a me aterrorizar

O túmulto que é minha alma
Necessita silenciar
Meus olhos são como gritos
Que ensurdecem sem se quer sonorizar
Atingindo em cheio
Quem tentar ajudar

Deixa eu seguir
Sem direção

Sangrando sei andar
Não vou me importar
Apenas não desejo
Sujar seu caminho
Com o que resta dos espinhos
Enterrados em minha alma
Enraízados e semeados
No mais fundo do meu ser

Finalmente só
Não era exatamente assim
Que imaginei o final
Com lágrimas na face
Dizendo tchau

Com a certeza agindo
De forma letal
Não serei peso morto
Enquanto seu pulso
Tiver sinal

Compreendo sua queda
Não há como abraçar
Por muito tempo
O que queima até destroçar

By: Lulu
07.12.12