Os pés dormentes
Esqueceram como andar
De trás pra frente
É tão valente
E ousada a força
De tentar
Outra vez
Contra os fatos
Contrário ao vento
O corpo precisa se manter
Pra chegar aonde a alma
Quer estar
Vencer a violência
Que arrasta tudo
Do lugar
Muito além do que a aparência
É capaz de revelar
Arde em caos a carência
De perder ao lutar
Sentir faltar o ar
Cada vez que o sorriso
Se vai devagar
E o sol queima
Derretendo sem esquentar
O coração
Tanta poeira
Sujeira demais
Vultos inúteis e vozes demais
Quem são eles
Que pensam ser mais?
Morrendo um pouco dia a dia
Pra quem sabe
Nascer diferente
Até que enfim possa funcionar
As lágrimas no meu rosto
Servirão um dia
Eu sei
Já constatei tantas vezes
Que jamais me enterrei
Não estou livre
São cicatrizes que insistem
Em sangrar
Fora de hora
Talvez para mostrar
Que mesmo com demora
A vida não foi embora
E tudo está aqui
Tão pleno e intenso
Sem desistir
Meu dia se vai
Por inteiro
Longe de finalizar
Como todas as estrelas
Que somem
E retornam
Através do Sol
Como a Lua
Mingua e nasce
Cheia sem perder
O essencial
Os pés dormentes
Esqueceram como andar
De trás pra frente
É tão valente
E ousada a força
De tentar
Outra vez
Contra os fatos
Contrário ao vento
O corpo precisa se manter
Pra chegar aonde a alma
Quer estar
By: Lulu
17.11.11
Nenhum comentário:
Postar um comentário