As horas não voltam
Correm sem parar
E sem intervalo
Vejo derramar
Dos olhos resvalos
Que abalam o andar
Escrever, cantar
Uma forma limpa
De chorar
Girar, sem se quer
Movimentar
O corpo dorme
Sem que a alma
Consiga se libertar
O vento não trouxe alívio
As palavras foram inúteis
Sem sonorizar
Insistem pesadelos
A aterrorizar
Qualquer tentativa
Sóbria de apagar
Escrever, cantar
Uma forma limpa
De chorar
Girar, sem se quer
Movimentar
O corpo dorme
Sem que a alma
Consiga se libertar
Não há ninguém
No escuro das lágrimas cortantes
Um rosto que não mais se viu
No espelho estilhaçado
Pra própria dor sorriu
Amargo, mórbido
Amedontrado e mortal
Em um fundo esquecido
De uma lar sem quintal
Escrever, cantar
Uma forma limpa
De chorar
Girar, sem se quer
Movimentar
O corpo dorme
Sem que a alma
Consiga se libertar
Correntes de vidro
Olhos feridos
E pulso sangrando
Correntes da mente
Visão vacilante
Cortes sem dimensão
No mês a sequência
De mais dia
Na alma a consequência
Sem absolvição
Escrever, cantar
Uma forma limpa
De chorar
Girar, sem se quer
Movimentar
O corpo dorme
Sem que a alma
Consiga se libertar
Demasiada a dor
Está arrebentando
Tudo em volta
No cenário da destruição
Todos os sentidos
Pemanecem intactos
Cabeça, tronco e membros
Inteira alusão a vida
Na marcha sem sentido
Condenados
A sofrer
Escrever, cantar
Uma forma limpa
De chorar
Girar, sem se quer
Movimentar
O corpo dorme
Sem que a alma
Consiga se libertar
By: Lulu
08.01.12
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