Um silêncio profundo
Alguns sons sem desejar
Uma hora e alguns minutos
Tudo prestes a estourar
Atrás da porta uma alma
Escura, crua e nua
Esconderijo indiscreto
Perigoso como um céu aberto
Uma tempestade de estiletes
Olhos atentos a destruição
Não ouse mais um passo
Ou acabará também
No chão
Na lona
Há quem pensa
Que não doa
Há quem deseja
Estar aqui
E até paga pra ver
Acredita mesmo sem entender
Que existe chance
De um dia talvez
Acontecer diferente
De todos os presentes
Avessos à superação
Uma luz mais forte
Que ilumine sem cegar
Um som que transporte
Além do mal estar
Com sorte ainda existe
Se alguém notar
Por trás dessa porta
Uma vida inteira
A inaugurar
Não volte mais
Deixe que a paz absoluta
Se desfaça do luto
Pela própria salvação
Quem sabe não mais
Haverá reluta
E essa tal conduta
Brutalmente ousada
Intensamente atormentada
Faça da agonia estrada
Ou de cada parte
Tão marcada
Uma armadura desesperada
Por uma revolução
Atrás da porta uma alma
Escura, crua e nua
Esconderijo indiscreto
Perigoso como um céu aberto
Uma tempestade de estiletes
Olhos atentos a destruição
Não ouse mais um passo
Ou acabará também
No chão
Na lona
Há quem pensa
Que não doa
Há quem deseja
Estar aqui
E até paga pra ver
Depois de todos esses dias
As horas viraram anos
Não há sinais
Somente feridas
Que nunca mais
Se curam
Empurradas contra muros
Portas e multidões
Elouquecidos, esquecidos
Aguerridos corpos
Feitos e refeitos
A partir da imperfeição
Entre crateras e retalhos
Esferas sem fundo
Não são meros detalhes
Incontidas águas vermelhas
Não são apenas lágrimas
Que se vão agora
No chão
Na lona
No chão
Na lona
By: Lulu
06.03.12
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