sexta-feira, 27 de julho de 2012

Música: Pedaço escuro (27.07.12)


Um dia frio
E a recordação
Um sonho ruim
Sem definição

Passado congelado
Minha assombração
Levaram tudo
O que era meu
Foi tudo feito
De sangue e dor

Um chão batido
O dessabor de ser menor
Que o tempo
E ver partir aquele
Que te ensinou o amor

Olhar em volta
Nada encontrar
Não ter nem chance
De tentar voltar

Lutar sem forças
Morrer sem querer
Lentamente a se desfazer
Mas nada destrói
O que ficou

Na história marcada
Em cada pedaço
Escuro meu
Tantos buracos
Tomando o lugar
Do que se perdeu

Deixando o espaço
Branco colorir
Por um ardor
Que jamais vai partir

Quanta solidão
Medo e tristeza
Quanta derrota sob a mesa
Agora eu sei
Mas nada vai mudar

Todos esses espinhos
Enfiados no meu peito
Que até hoje
Só fazem sangrar

Na história marcada
Em cada pedaço
Escuro meu
Tantos buracos
Tomando o lugar
Do que se perdeu

Deixando o espaço
Branco colorir
Por um ardor
Que jamais vai partir

Mentiras tolas
Não vão proteger
Quando eu chorar
E ninguém poder ver

Meu rosto escondido
Vai resistir
Quando eu cair
Vou me arrastar
Nadar em sangue quente
Até chegar

Em outro canto
Este sem perdão
Onde minhas memórias
Amaldiçoarão
Cada gesto inútil
Dessa solução

Sim, se não fosse isso
Poderia até
Terminar igual

Uma mente em chamas
Que jamais foi igual
Um dia ou outro
Iria se entregar

Sem o poder da ação
Deixando tudo para trás
Agarrada com as garras quebradas
A um lugar vazio
Aquele Novembro foi sem dúvida
O mais frio

Pavor, desespero
Angústia, zelo
E desâmparo
Quem me conhece
Sabe exatamente
Sobre o que eu falo

Tentando diariamente esquecer
Infelizmente sempre algo
Vai me trazer
Me fazer lembrar
Dos olhos que eu
Tive que deixar
De tudo o que
Ainda escorre sem parar

Cada vez que eu chorar
Cada vez que viver mostrar
Que aquela foi a porta
De entrada p'ra este lugar
Onde me encontro agora

Não sei o que sobrou
Só sei quem sou agora
Daquele dia em diante
Querendo ou não
Com ou sem razão
Tudo mudou
De dentro p'ra fora

Restou pulmão
E toda a hora
É hora p'ra enxergar
O vácuo que me espreita
Ao deitar

Tudo o que aconteceu
Meu futuro que morreu
Sempre há cicatrizes
Por trás da Glória

Na história marcada
Em cada pedaço
Escuro meu
Tantos buracos
Tomando o lugar
Do que se perdeu

Deixando o espaço
Branco colorir
Por um ardor
Que jamais vai partir

Jamais vou deixar de sentir
O vento daqueles dias
Me possuir
Tomar lugar
De todo o bem que eu construí
Tentando superar

Ou mesmo tornar vitória
A chance de virar
O jogo impiedoso
Que me fez transformar
A doce menina
Na casa do mau-estar

By: Lulu
27.07.12

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