terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Música: Extinção (17.12.12)

Confesso que eu não tenho
Mais nada para contar
Se esgotaram meus sorrisos
E eu não lembro do Luar

Não tenho mais ideias
E há escassez na arte
De interpretar

As alegrias
Que há tanto tempo
Não vem mais me visitar

Esqueci o caminho
Das sombras que refrescam
E dentre essas frestas de prisão
Sinto o vento amedrontar

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Quantos poemas perdidos por aí
Quantas histórias que eu nunca escrevi
Já não importa mais
Não vai cicatrizar
Tudo é passado
Eu deixo p'ra trás

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Apostei tudo e agora
Nada mais sobrou
Meu próprio coração
Faz tempo que se entregou

O mofo que as lembranças carregam
É pesado demais
Os anos só aumentam
A tristeza, levando certezas
Para longe e muito longe
Longe além do imaginável

A mente cansa
Pensar se torna insustentável
Acordar é instrumento
De auto-destruição

Outro dia, outro vento
Ainda a mesma direção
Oposta as respostas
Que eu tenho aqui

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Sofrimento inevitável
Nem mais faz desesperar
Depois do calor do fio rente ao peito
E a pressão de tentar
De todas as maneiras respirar
Vem o fim e a leveza
De se deixar cortar

Não sinto mais nada
Já é parte de mim
Quando os olhos se fecham
Abrem-se os tormentos
Todos os momentos
Explodem de uma só vez

Me conte em segredo
Por que os meus pesadelos
São os únicos a sobreviver

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

A luz do novo dia
Chega só p'ra disfarçar
Que tudo está
No mesmo lugar

Eu sei andar no escuro
Mas não sei pular os muros
Da minha própria assombração

Desisto de fingir
A chance de recomeçar

Desisto de encontrar salvação
Ave ferida aprisionada
É extinção

By: Lulu
17.12.12

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