Confesso que eu não tenho
Mais nada para contar
Se esgotaram meus sorrisos
E eu não lembro do Luar
Não tenho mais ideias
E há escassez na arte
De interpretar
As alegrias
Que há tanto tempo
Não vem mais me visitar
Esqueci o caminho
Das sombras que refrescam
E dentre essas frestas de prisão
Sinto o vento amedrontar
Desisto de fingir
A chance de recomeçar
Quantos poemas perdidos por aí
Quantas histórias que eu nunca escrevi
Já não importa mais
Não vai cicatrizar
Tudo é passado
Eu deixo p'ra trás
Desisto de fingir
A chance de recomeçar
Apostei tudo e agora
Nada mais sobrou
Meu próprio coração
Faz tempo que se entregou
O mofo que as lembranças carregam
É pesado demais
Os anos só aumentam
A tristeza, levando certezas
Para longe e muito longe
Longe além do imaginável
A mente cansa
Pensar se torna insustentável
Acordar é instrumento
De auto-destruição
Outro dia, outro vento
Ainda a mesma direção
Oposta as respostas
Que eu tenho aqui
Desisto de fingir
A chance de recomeçar
Sofrimento inevitável
Nem mais faz desesperar
Depois do calor do fio rente ao peito
E a pressão de tentar
De todas as maneiras respirar
Vem o fim e a leveza
De se deixar cortar
Não sinto mais nada
Já é parte de mim
Quando os olhos se fecham
Abrem-se os tormentos
Todos os momentos
Explodem de uma só vez
Me conte em segredo
Por que os meus pesadelos
São os únicos a sobreviver
Desisto de fingir
A chance de recomeçar
A luz do novo dia
Chega só p'ra disfarçar
Que tudo está
No mesmo lugar
Eu sei andar no escuro
Mas não sei pular os muros
Da minha própria assombração
Desisto de fingir
A chance de recomeçar
Desisto de encontrar salvação
Ave ferida aprisionada
É extinção
By: Lulu
17.12.12
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