domingo, 14 de outubro de 2012

Música: Geiterschiff (14.10.12)


Necessidade urgente de expulsar
Tudo agora
O que entra não é bom
O que era foi embora

Lá fora o Sol
Não parece compensar
Orquestrando uma tendência
Ao pranto para combinar
Com a Primavera
Vestida com roupas invernais

Necessidade urgente de fugir
De tudo e de todos
Dobrar a esquina
E em meio a neblina
Tornar-se parte do nevoeiro

Não há nada para mostrar
E o constrangimento arremessa
A vontade p'ro lado de lá

Tão longe de tudo
O que se pode alcançar
Distante, adiante, sem importância
Sem saber p'ra onde andar

Necessidade urgente de escapar
Fingir não é um ponto forte
Quando a morte quer ganhar
Vida ao chorar

E o pranto arde no olhar
Ao encarar mais uma vez
O fim, o ruim

O que sobrou talvez
De um quase futuro feliz
De um coração aprendiz
Que há tanto tempo se perdeu

Naufragou meio sem querer
No escuro oceano
De planos vazios

Quando dobra a paisagem
Sempre se vai
O que parecia ser demais
Já não existe

Enquanto a dor persiste
O insuportável acúmula força
Junto ao invisível nó que há
Toda a vez
Que alguém perguntar

Aonde foi parar
Tudo o que estava aqui
Era profundo mas eu perdi

Necessidade urgente de gritar
Deixar sair o grito
Que confessa o fracassar

As falhas seguem a arranhar
O ego tolo
Que não desiste de tentar
Se reecontrar

Sempre que cada pesadelo
Ganhar forma de despertar
E ao acordar
Sentir morrer
Tudo o que pensava ser

Não há mais caminho
É tudo fumaça
A desgraça deixa a história
Se espalhar
Por todo o mar

As correntes enferrujadas
Deixarão de marcar o ar
Quando o vento soprar
Outra vez será
Para levar a embarcação

P'ra onde é o seu lugar
O vácuo triste
Onde o infinito
É soluçar, agônia e medo

Desespero acordar
Sempre na escuridão
Afundando na prórpia melâncolia
A luz do dia
Não vai ser o bastante

E nesse instante
Todos irão perceber
Depois do horizonte
Um gigante a se desfazer

By: Lulu
14.10.12

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