Permanente exposição vísceral
Até não mais doer
E o sangue findar
Abrir os olhos
Ver o sonho esfarelar
Respirando fundo
Em permanente pesadelo
São regras de um mundo
Longe de estar inteiro
Correndo não se escapa
Ficar nada garante
Por isso o semblante
Carrega essa aparência encurralada
A voz desafinada
Há tanto tempo
Já desistiu de tentar
O céu fechado
Se assemelha ao amanhã
Ninguém sabe o que se esconde
Entre os berros e o silêncio
Aconteceu
Algo se perdeu
Naquela imunda brisa
De uma manhã estranha
Até hoje arranha recordar
Um dia de escuridão
Marcando como fogo
Fundo no coração
Alma destroçada, mãos atadas
Acabou
Um dia de Novembro
Em que o mundo parou
Suspendam os cuidados
Cemitério inaugurou
O vento dos finados
A inocência levou
Ensanguentada cicatriz
Muda de lugar
Mas sempre diz algo
A face assustada
No espelho hoje tráz
A mesma criança
Dançando e chorando
Em um quarto vazio
Memórias cinzentas
De um sorriso que partiu
Dali p'ra frente
Permante exposição vísceral
São árvores demais
Levaram todos os animais
Nada ou ninguém
Capaz de transmitir paz
O vento na janela
Não serve de ar
Ninguém poderá acompanhar
O que restar depois dali
Possessão do mal
Em imagem real
Era outro quintal
Presente eternamente
Em cada noite
Sem estrelas
Se foram as princesas
Restaram prisioneiras
Fracassadas e atormentadas
Fugindo de facas
Se fazendo armadas
Mente estupidamente violada
Sobreviveu p'ra contar
Que nada se acaba
Enquanto o pulso suportar
By: Lulu
10.03.13
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