terça-feira, 29 de novembro de 2011

Música: Moinhos de Vento (29.11.11)

Asfalto quente
Vento espasso
Coração a mil

Por hora
Sinto que chegou
O momento de sair
Correr daqui
Ir pr'outro lugar

Qualquer outra paisagem
Que não lembre você
Não traga pra mim
Um pouco de nós
Antes do fim

Próximo ao Parcão
Hesitei parar
E não quis voltar
Então corri
Muito mais que o normal

A intenção era
Encurtar o caminho
Por onde hoje
Passei sozinha

Bicicleta, sol
E uma canção
Dentro do coração

Com versos misturados
De um passado
Em contra-mão
Deixado tão de lado
Quanto o velho violão

Agora mesmo percebi
Quando encostei
Rumo à Cristóvão
Que era triste olhar
Pra trás

Que o pouco
Que eu ignorei
Era longo demais

Sentada eu chorei
Sem tempo retornei
E da mesma maneira
Para casa eu voltei
Tão só

Asfalto quente
Vento espasso
Coração em mil
Pedaços

Bicicleta, sol
E uma canção
Dentro do coração

Com versos misturados
De um passado
Em contra-mão
Deixado tão de lado
Quanto o velho violão

Bicicleta, sol
E uma canção
Dentro do coração

Sorrindo e chorando
Alternando até chegar
Não importa
Se é triunfo ou derrota
É preciso enfrentar
A rota

By: Lulu
29.11.11

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Música: Inflamável (28.11.11)

O calendário voa
O rádio repete a canção
Mês a mês
Todos os dias
Frustração em clima
De verão

Demorou tanto pra voltar
Ainda não sei
Como encontrar
A razão que eu perdi em ti

Ao te ver
Mesmo de longe
Sinto falta do que foi

Ao silenciar confesso o medo
De voltar a querer
Ficar mais um pouco
Encontrar você

O vento começa a secar
A brisa não vai refrescar
Alguns dias curtos
De prazer
Tanta angústia
Impossível esconder
Os vultos no meu mundo
Ainda buscam você

Aquela tarde sem final
O Sol que foi
E veio outra vez
O brinde no quintal
Lembrando tudo de bom
Que ainda podia acontecer

Tudo isso foi embora
E da janela eu posso ver
O wiskhy fechado
Dessa vez não vai ser
O motivo de ser condenada
Simplesmente por sofrer

Está complicado e tão errado
Vou deixar pra trás
O que era tanto
Está acabado
Tanto faz
Se acabou em paz

Fotos e papéis decorados
Estão guardados
Pra lembrar quando quiser
Mas aqui do outro lado
Resolvi queimar de vez

Na lucidez dos meses
Que se vão
Sem o brilho difuso
Um clarão ilusório
Usando guaraná
Até finalmente
Sentir sangrar sem queimar

Eu era inocente
Hoje estou diferente
Vi de trás pra frente
O que passou

O fim do ano chegou
Com o céu azul me brindou
A manhã tão sóbria
Que valeu a canção

Tão triste aconteceu
São lembranças reais
Sinceramente não sei
Como fingir que não foi nada

Madrugadas inteiras não bastam
Fragilmente ignorável
Meus olhos cansaram
De se machucar

As minhas palavras
Pra você calaram
Como os dias quentes
Interpelam o vento
E afrontam as almas
Que queimam cada vez
Que o Sol marca o chão

O calendário voa
O rádio repete a canção
Mês a mês
Todos os dias
Frustração em clima
De verão


O vento começa a secar
A brisa não vai refrescar
Alguns dias curtos
De prazer
Tanta angústia
Impossível esconder
Os vultos no meu mundo
Ainda buscam você

Aquela tarde sem final
O Sol que foi
E veio outra vez
O brinde no quintal
Lembrando tudo de bom
Que ainda podia acontecer

Tudo isso foi embora
E da janela eu posso ver
O wiskhy fechado
Dessa vez não vai ser
O motivo de ser condenada
Simplesmente por sofrer

Está complicado e tão errado
Vou deixar pra trás
O que era tanto
Está acabado
Tanto faz
Se acabou em paz

By: Lulu
28.11.11

sábado, 26 de novembro de 2011

Música: A&B (26.11.11)

Nada é suave
Mesmo quando o dia
Nasce ensolarado

Meu reflexo cansado
Guia o medo
Com cuidado
Tentando não deixar
A face desnorteada imperar

Eles estão aqui
Quando canto
Ou enquanto eu não sorri

Eles estão aqui
Atentos ao meu rosto
Que mesmo indisposto
Se permite a expandir

Um pouco do sol
Nos lábios tensos
Só pra ver balançar
Tudo o que me leva
Devagar

A um outro lugar
Bem melhor
E quando vejo
É só um beijo
Molhando minha mão
Me levando consigo
Onde o perigo é ilusão

Aonde apenas meus amigos
Saberão me encontrar
Com pelos espalhados
Todo os lados
São uma só emoção

Deixei esfarelado
Do outro lado do portão
Meu semblante cansado
Farto de ilusão
Humanamente errado
Salvo por ter coração

Eles estão aqui
Quando canto
Ou enquanto eu não sorri

Eles estão aqui
Atentos ao meu rosto
Que mesmo indisposto
Se permite a expandir

Um pouco do sol
Nos lábios tensos
Só pra ver balançar
Tudo o que me leva
Devagar

A um outro lugar
Bem melhor
E quando vejo
É só um beijo
Molhando minha mão
Me levando consigo
Onde o perigo é ilusão

Deixei esfarelado
Do outro lado do portão
Meu semblante cansado
Farto de ilusão
Humanamente errado
Salvo por ter coração

Eles estão aqui
Eles nunca irão sair
Eles me fazem seguir
Eles são minha razão
De nunca desistir

By: Lulu
26.11.11

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Música: Depois de sonhar (22.11.11)

Lençois amarrotados
São certezas
Que não esqueci

O que diz
Cada marca
Dia após dia

Anos perdidos
Por um triz
Salve-se quem poder
Quem quiser ser feliz
Que deixe a cama desfeita
E ande sem olhar
Pra trás

Na estrada tão estreita
A poeira não satisfaz
Um coração
Que sempre quer
Algo a mais

Não vou esquecer
Os sonhos lindos
Vou trazer um a um
Pr' esse jejum
Comum de ser
Mais um igual
Real demais
Para deixar morrer

Entre os lençois
Do desespero
Dos pesadelos
Que acordam toda vez
Com os pés que levo
Ao chão

Anos perdidos
Por um triz
Salve-se quem poder
Quem quiser ser feliz
Que deixe a cama desfeita
E ande sem olhar
Pra trás

Na estrada tão estreita
A poeira não satisfaz
Um coração
Que sempre quer
Algo a mais

Anos perdidos
Por um triz
Salve-se quem poder
Quem quiser ser feliz
Que deixe a cama desfeita
E ande sem olhar
Pra trás

By: Lulu
22.11.11

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Música: Dias e noites (17.11.11)

Os pés dormentes
Esqueceram como andar
De trás pra frente
É tão valente
E ousada a força
De tentar

Outra vez
Contra os fatos
Contrário ao vento

O corpo precisa se manter
Pra chegar aonde a alma
Quer estar

Vencer a violência
Que arrasta tudo
Do lugar

Muito além do que a aparência
É capaz de revelar
Arde em caos a carência
De perder ao lutar

Sentir faltar o ar
Cada vez que o sorriso
Se vai devagar
E o sol queima
Derretendo sem esquentar
O coração

Tanta poeira
Sujeira demais
Vultos inúteis e vozes demais
Quem são eles
Que pensam ser mais?

Morrendo um pouco dia a dia
Pra quem sabe
Nascer diferente
Até que enfim possa funcionar

As lágrimas no meu rosto
Servirão um dia
Eu sei

Já constatei tantas vezes
Que jamais me enterrei
Não estou livre
São cicatrizes que insistem
Em sangrar
Fora de hora

Talvez para mostrar
Que mesmo com demora
A vida não foi embora
E tudo está aqui
Tão pleno e intenso
Sem desistir

Meu dia se vai
Por inteiro
Longe de finalizar

Como todas as estrelas
Que somem
E retornam
Através do Sol

Como a Lua
Mingua e nasce
Cheia sem perder
O essencial

Os pés dormentes
Esqueceram como andar
De trás pra frente
É tão valente
E ousada a força
De tentar

Outra vez
Contra os fatos
Contrário ao vento

O corpo precisa se manter
Pra chegar aonde a alma
Quer estar

By: Lulu
17.11.11

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Música: Sagarmatha (15.11.11)

Neblia o dia
Saudando as nossas dores
Esse cansaço
É só o que sobrou
Do laço
Que em pedaços
Desatou
De tanto apertar

Decepções são facas afiadas
Passeando na alma
Em desespero

A entrega e o fracasso
Casualmente decisivos
Passo a passo
ATé o triunfo
E o adeus

O corpo sente
O que a mente sucumbiu
O verão ainda não chegou
Não sei por que
Novembro está tão frio

Valores vivos
Encurralados
Olhos abertos
E a poeira
A penetrar

Ilusões mórbidas
Poetas fracos
Cadernos velhos
Mostrando a raíz
De todos os problemas

Folheados sem cuidado
Fazem visitados todos os labirintos
Tão famintos de verdades
Que convençam a razão
De encontrar

Nas palavras sem sentido
Lugares esquecidos
Destinos sem atalhos
Repletos de intenção

A chegada está tão longe
Perdida no caminho
Enfrenta o medo
Com canções semi-dormentes
Em tom baixo
Mas sempre evidente

Uma capela que constrói
Fortalezas invencíveis
Sem lembrar
Que o vento está forte
E pode derrubar

A entrega e o fracasso
Casualmente decisivos
Passo a passo
ATé o triunfo
E o adeus

Hoje com ou sem
Certezas
Vão estar aqui
Todas as forças
E também fraquezas
Duelando
Até que alguma
Possa desistir

By: Lulu
15.11.11

sábado, 12 de novembro de 2011

Música: Depois do Outono (12.11.11)

No corpo as marcas
Que não deixam mentir
O passado fala mesmo
Sem mais existir

Está em todo o canto
Por onde houver
Uma intenção e uma canção

Deixas semi-mortas
Ilusões nervosas de um futuro
Quase são

Onde tudo foi parar?
Ninguém ficou para ajudar
Tudo desabou
O chão era falso
E se rachou

Faltou pulmão
Mas o coração
Jamais secou

Transborda minha tristeza
Nos olhos sem direção
Onde tudo foi parar?

Outra vez eu não sei
Como sair desse lugar
Todos foram embora
Quando o sol deu lugar a dor

Temores izolados
Gritam o pavor
A clausura agonia
Desafinando o valor
De um tom sincero

Espero ver mais uma vez
O porto antes do dia
Se deitar

Onde tudo foi parar?
Quando olhar para o espelho
Não basta para resgatar
Aquele alguém

Que eu sei exatamente
Aonde quer chegar
Onde tudo foi parar?

Sem certezas
Sem prazeres
Sentenciada sem por que

Centenas de almejos
De joelhos vão embora
Sem destino
Onde tudo foi parar?

Quem eram os que aqui estavam
Quando parecia estar tudo em seu lugar?
Onde tudo foi parar?

Não sei se ainda me salvo
Mas não deixo de tentar
Onde tudo foi parar?

A certeza que resta
Basta para amenizar
Enquanto sangra em lágrimas
Cada canção que eu cantar
Bate forte no meu peito
O que eu estou a procurar

Onde tudo foi parar?
Onde tudo foi parar?

Perder não é morrer
Enquanto aqui pulsar
Perguntas fraquejadas
Fracassam sem silenciar

Onde tudo foi parar?
Onde tudo foi parar?

A certeza que resta
Basta para amenizar
Enquanto sangra em lágrimas
Cada canção que eu cantar
Bate forte no meu peito
O que eu estou a procurar

Em poucos instantes
Volta melhor do que estava
Antes de se desprender
Profundo como sempre
Assim eu sinto
O que é viver

By: Lulu
12.11.11

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Música: Fenômenos do tempo (11.11.11)

Simplesmente não queria acreditar
Em tudo o que o tempo
Me fez enxergar

Desmembrando lentamente todo o sentimento
Não sobrou nenhum momento
Capaz de explicar
Sua ausência e seu sorriso entediado
Toda vez que me olhava
Sem me enxergar

Tantas vezes tentei
Que tudo fosse diferente
Tantas vezes lutei
Sem ninguém para acompanhar
O sangue de cada batalha
Me custava tanto
E em pranto acabava por me entregar

De tantos cortes
Mais do que feridas
Nem que houvessem outras vidas
Poderia me curar

Em cada talho uma despedida
Estancando aos poucos
Toda intenção de transformar
Esse lugar escuro no lar
De uma redenção

Todas as boas lembranças ficarão
A podridão irá partir
No primeiro avião que cair
Pra nunca mais voltar
E nada restar do escombros
Depois que eu levantar

Minha vida planava em suas mãos
Com todo o amor que eu trazia comigo
Desdenhado e cuspido sem consideração
Agora sou eu que escarro
Com toda a força
Em sua direção

Eu não quero nada mais
Deixa a paz que em mim
Sobreviveu reinar
Sob seu sangue frio

É estranho perceber
Que o invencível também
Se corroeu
Que não existe mais
Você e eu

A insistência da frieza
Arrebenta a nobreza do perdão
Pisa com força na compreensão

Sem mais querer ficar
Sangrando em vão
Se arranca com cuidado
A raíz de tudo errado
Que está concentrado
No fundo do peito
E no coração só vai ficar
O que faz a alma cantar

Há uma luz mostrando
O começo do túnel
Sinais continuos para andar
E seguir mesmo quando tropeçar
O brilho se expande em silêncio
Para no final gritar

A liberdade é muito longe de você
Quando me encontrar
Logo vai saber
Não trago sangue em meu olhar
Mesmo ao enxergar em você
De hoje em diante
Tudo o que eu não quero ser

Eu não quero nada mais
Deixa a paz que em mim
Sobreviveu reinar
Sob seu sangue frio

É estranho perceber
Que o invencível também
Se corroeu
Que não existe mais
Você e eu

A insistência da frieza
Arrebenta a nobreza do perdão
Pisa com força na compreensão

Sem mais querer ficar
Sangrando em vão
Se arranca com cuidado
A raíz de tudo errado
Que está concentrado
No fundo do peito
E no coração só vai ficar
O que faz a alma cantar

Feliz muito feliz
Até mesmo na tristeza
Aprendiz

By: Lulu
11.11.11

Música: La honte (11.11.11)

Depois de fechar a porta
Não sei quantas doses
Eu vou precisar
Para deixar correr no rosto
O que vai muito além
Das lágrimas no meu olhar

Os dias passaram tão devagar
As manhãs se calaram
E eu não consegui voltar
A tudo o que a memória
Ainda guarda para fazer
O coração conseguir respirar

Do lado de dentro
Ninguém enxerga mais
Do que um recanto escondido
Paredes impermeáveis
São como papéis molhados
E no sopro dos poemas
Todos se fazem rasgados

Quem pode imaginar
Dimensionar ou entender
O quanto dói fazer se mover
Cada um

Queria tanto dizer
Que hoje não passa
De mais um dia comum

Mas nada está igual
É real, ganhou cor
Pulsação e som

Mostrando que chegou a hora
Antes que o dom vá embora
Ou que tudo possa fugir

Mais um gole
E as palavras tomam forma
Uma a uma sem parar
Não explicam
Não alteram
Até se transformar
Em soluços até o sono
Chegar

E o sol volta amanhã
Mais uma vez
Os olhos vão abrir
A mente não vai esquecer
Tudo repete até morrer

Queria tanto dizer
Que hoje não passa
De mais um dia comum

Mas nada está igual
É real, ganhou cor
Pulsação e som

Mostrando que chegou a hora
Antes que o dom vá embora
Ou que tudo possa fugir

Mais um gole
E as palavras tomam forma
Uma a uma sem parar
Não explicam
Não alteram
Até se transformar
Em soluços até o sono
Chegar

By: Lulu
11.11.11

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Música: Destino de Caronte (07.11.11)

Sem fôlego para tentar
Entender ou explicar
Encarar um outro olhar
Além do meu

Não vou me machucar
Por pouco
Ferir ainda mais
O que exaurido
Permanece como está

Sem que as suas palavras
Se façam capazes
De mudar

Cada sentimento como um corte
A aniquilar de norte a sul
O interior da alma em caos
Sangram pensamentos
Sem sujar as palavras

Quem falou
Que o dia amanheceu?
Foi só mais um pesadelo
Que se estendeu

Além das ranhuras
Dos lençois
As letras sós
Fazem voz outra vez

Ainda é Primavera
E por trás das janelas
Há uma vida inteira
Que jamais me deixa esquecer
O que essas paredes
São capazes de fazer

Desculpa se eu não atender
Campainha ou ligação
É que além da porta
Minha alma corta
Até a instinção

Cada sentimento como um corte
A aniquilar de norte a sul
O interior da alma em caos
Sangram pensamentos
Sem sujar as palavras

Quem falou
Que o dia amanheceu?
Foi só mais um pesadelo
Que se estendeu

By: Lulu
07.11.11

domingo, 6 de novembro de 2011

Música: Menina dos olhos (06.11.11)

Súplicas no silêncio
Correndo sem mais fugir
Tudo é tão decadente
Existe sem desistir

Correntes de um vento quente
Sufocante, crescente
Que arrasta sem levar
A nenhum lugar

Soprando no tempo
A derrota escúlpida
Em memórias derramadas
Em olhos inchados

Um castigo sem saída
Tantas vozes sem ninguém
Dor que faz o corpo dormente
Nesse presente onde o sorriso
É sempre ausente

Dias nascem sem iluminar
Nas sombras dos sonhos
Tudo fica exatamente
Aonde está

Ninguém fechou as portas
Mas não há como sair
Não existem muralhas
Porém algo está a impedir

O ar de passar
O sol de entrar
Os passos de chegar
Ou simplesmente andar

O dominío é mudo
O suor gritante
No semblante inocente
Nada ficou como era antes

Sentir não bastaria
Pra seguir em frente
A força que comprime
Não surpreende mais
Tantos planos deixados
Pra trás

Gritos infinitos ecoando
Entre as dimensões do invisível
Sem oxigênio sobrevive o mal
No berço da saudade
Nada é natural

Por isso eu sei
Que quando acabar
Algo vai restar do nada

E no fim do dia
O sol vai desenhar
Aquela estrada escondida
No fundo dos olhos

Que partem
Que choram
E para sempre fecham

O dominío é mudo
O suor gritante
No semblante inocente
Nada ficou como era antes

Sentir não bastaria
Pra seguir em frente
A força que comprime
Não surpreende mais
Tantos planos deixados
Pra trás

Gritos infinitos ecoando
Entre as dimensões do invisível
Sem oxigênio sobrevive o mal
No berço da saudade
Nada é natural

Por isso eu sei
Que quando acabar
Algo vai restar do nada

E no fim do dia
O sol vai desenhar
Aquela estrada escondida
No fundo dos olhos

By: Lulu
06.11.11

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Música: O chão da inércia (02.11.11)

A lua apagou
Acendeu a manhã
Um novo dia
Em uma história
Nada sã

O que sobra
Quando sobrios os olhos
Tentam enxergar
Além da neblina
O dia não nascerá

Dormindo profundamente
Sem descansar
Minguada a lua
Desistiu de brilhar
No sono dos justos
Quem vai julgar?

Escolhas erradas
Planos fracassados
As luzes do dia
Acenderam em vão

Os corpos dormentes
Permaneceram no chão
Secando ao sol
Sem jamais despertar

Queimando na sujeira das calçadas
Angústias de almas estraçalhadas
Atormentadas, perdidas
Viradas, esquecidas
Sem forças para
Estar em pé

Tropeços constantes
Violentos, cortantes
E uma decisão então impera
Na praça das mentiras
Não existe Primavera

Desaguam as nuvens
Tempestades bruscas
Inundam as ruas
Afundam-se os corpos
Submersos, profundos
Apodrecerão

Ninguém ouvirá
Conhecerá ou saberá
Quem tentavam ser
Jamais alguém dirá
Que esperavam espedaçados
O verão aquecer

Para seus olhos congelados
Enfim fazer tudo
Em volta se mover
E seus corações marcados
Talvez tornarem a bater

By: Lulu
02.11.11

Música: Tranversal (02.11.11)

Como vou suportar?
Agir não vai bastar
Eu vou correr
Não quero ver
Não quero estar aqui

Por que toda essa gente
Se contenta em existir?
Mais um ser comum
Simplesmente mais um
Sem nada a acrescentar

O que dizer
Quando nenhum argumento
É capaz de se fazer entender?

Dias cinzas, isolados
Ao meu lado ninguém
Não vou vestir a camiseta
Que não cabe no meu peito

Só para ter um jeito
Que me mantém
Como outro qualquer

Não vou maltratar
Minha conduta
Cuspindo minha moral

Se é assim
Vencer aqui
Sinto muito
Mas eu perdi

Dias cinzas, isolados
Ao meu lado ninguém
Não vou vestir a camiseta
Que não cabe no meu peito

Se há direito
Se há normal
Desisto de entender
E vou viver
Na transversal

Dias cinzas, isolados
Ao meu lado ninguém
Não vou vestir a camiseta
Que não cabe no meu peito

Não vou mentir
Proferindo inverdades
Só para adaptar
A maldade é a realidade
Que jamais me caberá

Não vou maltratar
Minha conduta
Cuspindo minha moral

Se é assim
Vencer aqui
Sinto muito
Mas eu perdi

Dias cinzas, isolados
Ao meu lado ninguém
Não vou vestir a camiseta
Que não cabe no meu peito

Se há direito
Se há normal
Desisto de entender
E vou viver
Na transversal

Não vou maltratar
Minha conduta
Cuspindo minha moral

Se é assim
Vencer aqui
Sinto muito
Mas eu perdi

By: Lulu
02.11.11

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Música: Normalidade padrão (1º de Novembro, 2011)

Sinto nojo
Demência moral
Sem dimensionar
O que cerca seu olhar
Faz das palavras armas
De alguém medroso e superficial

Tantos são assim
Vivem por aí
A sustentar o cotidiano
Com o "fácil" e usual

É duro, suado e desafiador
Ser astuto e autêntico
Aonde quer que for
Eu sei

Sinto nojo
Do lido com o mundo
Que só preza
O que parece certo
Por ser aceito normal

Sinto nojo
Reagir com inteligência
Parece ser solução
Apesar de complicado
Nesse mundo nada são
Desde sempre tão estranho

Sinto nojo
E também medo
De tudo ser mesmo assim
Transmitido do mais fundo
O que difere de mim

Na realidade dos dias comuns
Não sei se é loucura
Ser como eu sou
Mas prefiro continuar
Bem assim
Sendo quem sou

Abomino os modelos
De criaturas ideias
Posso morrer só
Com meus cães
E ninguém mais
Mas meu fim
Vai ser puro e em paz

É duro, suado e desafiador
Ser astuto e autêntico
Aonde quer que for
Eu sei

Sinto nojo
Do lido com o mundo
Que só preza
O que parece certo
Por ser aceito normal

Sinto nojo
Reagir com inteligência
Parece ser solução
Apesar de complicado
Nesse mundo nada são
Desde sempre tão estranho

Sinto nojo
E também medo
De tudo ser mesmo assim
Transmitido do mais fundo
O que difere de mim

Na realidade dos dias comuns
Não sei se é loucura
Ser como eu sou
Mas prefiro continuar
Bem assim

By: Lulu
1º de Novembro, 2011

Música: Insanável (1º de Novembro, 2011)

Quem é a dona
Dessa canção?
Onde estão as chaves
Dessa prisão?

Alguém me diz
Como posso ver
Por trás do desespero
De sempre perder

Nenhum elogio será capaz
De me salvar
Não há como me dar a mão
Ou minha dor curar

Meus passos são na contra-mão
Eu segui sem direção
E cheguei aonde
Ninguém quer estar

Precisava dizer
Não cabia mais aqui
Sangrou tanto
Que já não me importo
Em sujar minha face
A cada lágrima
De medo

Silenciando minha voz
A sós fiquei
Não mais cantei
Alguns sorriram
Aplaudindo a decisão
Pouco importa as feridas
Inflamando toda minha distração

Quem é a dona
Dessa canção?
Onde estão as chaves
Dessa prisão?

Se aqui dentro
Ninguém pode entrar
Sinto que jamais
Irei encontrar

Cansei de procurar
Não sei como buscar
No auxílio solução
Prefiro simplesmente deixar
A morte suturar
Minha excessiva infecção

Silenciando minha voz
A sós fiquei
Não mais cantei
Alguns sorriram
Aplaudindo a decisão
Pouco importa as feridas
Inflamando toda minha distração

Sinto tanto
(Tanto)
Em vão
(Em vão)

By: Lulu
1º de Novembro, 2011

Música: Subtamente nula (1º de Novembro, 2011)

Quando eu fechar os olhos
Acordar não vai valer
Quando eu pedir segredo
É porque já não
Tem mais como esconder

Arde, corrói, destrói por dentro
Acaba como o Sol
Que vai
Morrendo aos poucos
Eu nunca quis
Me entregar ou recoar

Pouco importa estar aqui
Tentar ou não desistir
Um dia a mais

Em silêncio ensurdeço
Desaparecendo em mim
Me perco enquanto escureço
Minha aflição jamais tem fim
Um dia a mais

Sem somar, se diluí
Falhando nada evoluí
Chances mortas uma a uma
Palavras sem som algum

Anos, meses, dias
Enjejum
Um dia a mais

Respirando involuntariamente
Ausente para sempre
A sensação de viver
Um dia a mais

Perdidas as verdades
Desfazem meus poemas
Acenda as luzes
Todos querem enxergar
A face abominável
Desse alguém a desabar
Um dia a mais

Vergonha, desatino
Melhor sumir com os espelhos
Cortes aparentes são somente
O que restou
De toda essa mentira
Que ainda não se enterrou
Um dia a mais

Quando eu fechar os olhos
Acordar não vai valer
Quando eu pedir segredo
É porque já não
Tem mais como esconder

Arde, corrói, destrói por dentro
Acaba como o Sol
Que vai
Morrendo aos poucos
Eu nunca quis
Me entregar ou recoar

Pouco importa estar aqui
Tentar ou não desistir
Subtamente nula

By: Lulu
1º de Novembro, 2011