Meus pés estão sob o sangue
Que já esfriou
Ainda há um pouco de mim
Capaz de distinguir
O que não se acabou
Enquanto ainda bate o coração
Sem ar
Em vão
Seguir até não restar
Nada mais aqui
Para se auto destruir
Mãos vermelhas
Envoltas em um torniquete
Marcas do que sobrou
Da esperança
No peito e no pescoço
A face da exaustão
Já não há perdão
Ponteiros são lanças
Onde a alma dança
Acorrentada a escuridão
Paredes tão próximas
Espelhos estilhaçados
O cenário do caos
Sofrimento eterno
É aqui o inferno
Nada vai mudar
Além de afundar
A baixo do chão
Até a última gota de sangue
Pintar uma conclusão
Alarmes, despertadores
Rugem tambores
Anúnciando mais um funeral
Imagens destorcidas
Tão adormecidas
Parecem ter chegado ao fim
No tempo batido
Quem sabe o sentido
Era morrer assim
Como o fio de um punhal
Sempre igual, talvez fatal
Ninguém me livra do mal
Batalha estúpida, inesgotável
P'ra mim já chega
É lastimável não chegar
Só mais um passo
E eu me desfaço
Última estrofe
Últimas lágrimas
Último gole
Último fracasso
Irônica glória
Fechando os olhos
Nada aumenta ou atrasa
Termina agora
E tudo passa
By: Lulu
05.05.13
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